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Dilma resiste a dar mais um ministério ao PMDB

ADFRONT683  BSB  -  08/06/2011   - DILMA / FRONTEIRAS - NACIONAL - A presidenta Dilma Rousseff com o vice presidente Michel Temer  na cerimônia de lançamento do Plano Estratégico de Fronteiras  no Palácio do Planalto, em Brasília. FOTO: ANDRE DUSEK/AE

A presidente Dilma Rousseff iniciou ontem as negociações para a reforma no primeiro escalão do governo com uma sinalização negativa ao PMDB: será difícil ampliar o espaço do partido na Esplanada dos Ministérios. Em conversa de mais de duas horas com o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP), ela confidenciou que precisa contemplar outros partidos da coalizão que estariam hoje sub-representados no Executivo, caso do PTB e do recém-criado Pros. A matéria é da Natuza Nery na Folha de S. Paulo.

A presidente quer aproveitar a saída de vários ministros que irão concorrer nas próximas eleições para contemplar os partidos aliados.

Já é certa, por exemplo, a saída do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que deve concorrer ao governo de São Paulo, e da ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT), que também sairá do governo para disputar as eleições estaduais, no Paraná.

A Esplanada tem hoje 39 ministérios ou pastas com cargos cujos ocupantes têm o status de ministro. Cinco delas já estão nas mãos do PMDB atualmente.

Conquistar uma sexta vaga, em particular a da Integração Nacional, era o objetivo declarado do PMDB.

O ministério era ocupado por Fernando Bezerra (PSB), que entregou o cargo no ano passado depois que Eduardo Campos anunciou o desembarque de seu partido do governo para ficar à vontade nas negociações políticas de sua candidatura ao Planalto.

No Palácio do Jaburu, residência oficial do vice, peemedebistas ouviram ontem à noite de Michel Temer um relato de poucos detalhes, mas suficientemente claro no recado principal.

TEMPO DE TV

Dilma precisará usar alguns dos principais cargos para evitar que outras legendas que atualmente estão na órbita do governo passem a gravitar em torno de Aécio Neves (PSDB-MG) e Eduardo Campos (PSB-PE), prováveis adversários nas eleições deste ano e que, por enquanto, têm pouco tempo de TV.

Dilma quer aglutinar uma coalizão que garanta a metade do tempo total destinado à propaganda eleitoral. Essa meta depende diretamente da manutenção dos atuais aliados e, portanto, do grau de satisfação destes na distribuição de postos na administração federal.

No PMDB, legenda conhecida pelo apetite por cargos, o aceno pessimista da presidente deve ter resposta.

Ao saber do resultado da conversa preliminar, o líder da bancada peemedebista na Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (RJ), propôs convocar a cúpula da sigla amanhã à noite.

NEGOCIAÇÕES

Dilma deve continuar as tratativas com outros partidos ao longo da semana. Falta dar uma resposta ao Pros do governador cearense Cid Gomes (CE), que abandonou o PSB de Campos no ano passado justamente para continuar do lado governista.

O PTB e o PP também deverão receber resposta para seus pleitos nesta semana. Além da Integração Nacional, o Planalto estuda alocá-los em pastas de menor vulto na Esplanada, como Turismo, no caso de o PMDB abocanhar outro ministério, ou mesmo Portos e Cidades.

FEVEREIRO

O plano do Palácio do Planalto é acelerar a reforma nos primeiros dias de fevereiro.

Temer havia sugerido à presidente fazer as mudanças durante o recesso parlamentar, porque isso protegeria o governo de eventuais crises com o Congresso, que só irá retomar os trabalhos, no início