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Dilma mostra ‘ilha da fantasia’ na TV, diz Aécio

Dilma mostra 'ilha da fantasia' na TV, diz Aécio

Folha de S. Paulo

Empresários e líderes da oposição fizeram duras críticas ao pronunciamento de fim de ano da presidente Dilma Rousseff, veiculado na segunda-feira, em rede nacional. Segundo o senador Aécio Neves (MG), pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Dilma omitiu problemas do país e fez “autoelogio”, apresentando “uma ilha da fantasia” no rádio e na TV.

“Sob o pretexto das festas de fim de ano, a presidente volta à TV para fazer autoelogio e campanha eleitoral. Na ilha da fantasia a que a presidente nos levou mais uma vez a qualidade do ensino tem melhorado e a criação de creches é comemorada”, disse Aécio em nota à imprensa.

Para o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), Dilma “dourou a pílula”.

“O Brasil passa por um momento de descrédito interno e externo enquanto a presidente doura a pílula com um discurso para lá de ufanista de seus feitos nos últimos anos, omitindo dos brasileiros a verdade sobre a situação da economia, que se arrasta em seu governo com um crescimento pífio”.

GUERRA PSICOLÓGICA

Na TV, Dilma disse que a área econômica é vítima de uma “guerra psicológica”.

Embora a presidente não tenha apontado o dedo para ninguém especificamente, empresários ouvidos pela Folha entenderam a citação como uma queixa contra aqueles que criticam a política econômica do governo.

Empresários e economistas têm reclamado do aumento nos gastos do governo, da falta de firmeza no controle da inflação e das regras dos leilões de concessões.”Tudo o que se exige dela são coisas bem objetivas”, disse um banqueiro, que pediu para não ser identificado.

“Se todo mundo sabia que era preciso fazer as concessões de rodovias, por que não fizeram isso três anos atrás? E as concessões de portos, que estão discutindo há dois anos e não conseguem colocar em prática?”, questiona.

Para um presidente de banco estrangeiro, o pronunciamento reforça o temor de que, se vencer as eleições, Dilma deve radicalizar o modelo que marca seu mandato, considerado intervencionista e de deterioração das contas públicas. “Depois de se reeleger, ela não vai mais precisar ser flexível.”