O Planalto planeja tirar o Ministério do Trabalho do PDT e negocia com parte da sigla o apoio a um nome alternativo, revelaram à Reuters fontes do governo.
A gota d’água, segundo as fontes, foi a votação do Funpresp, o fundo de previdência complementar dos servidores públicos, na noite de terça-feira, em que o PDT votou majoritariamente contra a orientação do Planalto.
A alternativa que vem sendo negociada pela área de articulação política com o aval da presidente Dilma Rousseff inclui indicar para a pasta dois nomes, os dos deputados Hugo Leal (PSC/RJ) e Alex Canziani (PTB/PR).
Leal, que já foi do PDT, é considerado pelo Planalto um nome com trânsito no partido que ocupou a pasta até a saída, em dezembro, de Carlos Lupi.
Presidente da sigla, Lupi deixou o ministério depois que denúncias de irregularidades levaram a Comissão de Ética Pública da Presidência recomendar sua demissão. A pasta do Trabalho é ocupada interinamente pelo ministro Paulo Roberto Pinto.
Segundo confirmaram fontes próximas a Dilma, ela simpatizava com dois nomes no PDT, o dos deputados Brizola Neto (RJ), vetado por Lupi, e de Vieira da Cunha (RS), vetado por parte da bancada na Câmara.
Parte do impasse se deve ao fato de que Dilma tem ligações históricas e até afetivas, de acordo com pessoas próximas, com o PDT, partido do qual fez parte até o ano de 2000.
Além de se manifestar contra o Funpresp, o PDT é considerado pelo Planalto “pouco fiel” nas votações de interesse do governo, de acordo com as fontes ouvidas pela Reuters. Outro exemplo foi a votação do salário mínimo, no início de 2011.
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