Valor Econômico
As contas de luz terão de ser reajustadas em 15% caso o governo federal decida cobrir apenas metade do rombo causado no caixa das distribuidoras de energia elétrica por causa do uso intensivo das usinas térmicas, em razão da falta de chuvas. Segundo fontes oficiais, essa é a alternativa mais provável.
Em um cenário considerado realista, em que o preço de compra da energia caia um pouco ao longo do ano, esses gastos deverão variar entre R$ 10 bilhões e R$ 13 bilhões. Se o governo cobrir metade, terá de acomodar entre R$ 5 bilhões e R$ 6,5 bilhões em novos gastos orçamentários, o que dificultará ainda mais a fixação de uma meta de superávit primário em torno de 2% neste ano. Há dúvida, também, sobre como será pago o restante da conta pelos consumidores.
Um reajuste de 15%, em ano eleitoral, prejudicaria o discurso político da presidente Dilma Rousseff, que anunciou em cadeia nacional de rádio e TV a redução de 20% no preço da energia elétrica no ano passado. Esse é o debate que toma conta do governo no momento e as principais autoridades da área econômica tentam encontrar uma saída para o problema em que se transformou o setor elétrico neste ano.
Apesar das chuvas do fim de semana, manteve-se a tendência de redução do nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas. No subsistema Sudeste/Centro-Oeste, o principal do país, o nível baixou mais 0,1 ponto percentual de sábado para domingo, quando ficou em 35,5% da capacidade. No mês, o nível médio das represas nas duas regiões – responsáveis por 70% da capacidade de armazenamento total do país – acumulam queda de 4,8 pontos percentuais. Ontem, pela primeira vez, Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), admitiu que o cenário hidrológico é pior que o de 2001, véspera do apagão no governo Fernando Henrique Cardoso.
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