Mesmo com toda articulação do governo, que represou reajustes e forçou a queda de algumas tarifas, a inflação oficial de 2013 ficou em 5,91%, acima dos 5,84% de 2012. Confirmou-se exatamente o que a presidente Dilma Rousseff pediu à sua equipe ao longo do ano passado que não deixasse acontecer. A cúpula e os técnicos do Banco Central e do Ministério da Fazenda passaram o ano, sobretudo o segundo semestre, apostando nas reuniões internas que o IPCA do ano, ficaria abaixo dos 5,8%.
Esperavam, com isso, poder sustentar o discurso de que a inflação esteve pressionada, mas, no final, reafirmou a trajetória de queda verificada nos últimos anos. Divulgado o valor oficial acima do previsto, a tese em que o governo se ancorava ruiu e a culpa ficou com os combustíveis, o câmbio e os “custos originados no mercado de trabalho”.
Esse foi a justificativa apresentada na curta nota à população divulgada há pouco pelo Banco Central em nome do presidente Alexandre Tombini. No mais, o comentário do BC, cuja principal função é manter a inflação sob controle, se limita a dizer o óbvio: que a inflação mostrou “resistência ligeiramente acima daquela que se antecipava” e que o resultado do ano passado ficou dentro do intervalo de tolerância previsto.
No sistema brasileiro, o IPCA pode variar de 4,5% a 6,5%.O ministro interino da Fazenda, Dyogo Oliveira, acrescentou ainda na lista dos culpados as passagens aéreas.
(Folha de S. Paulo)
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