Nos últimos 20 anos, o Paraná tem mostrado avanços superiores à média brasileira no combate à pobreza. O Paraná conseguiu, entre 1992 e 2013, reduzir em 15% o coeficiente que mede a desigualdade de renda (Gini). Na Região Metropolitana de Curitiba, a queda foi de 11%. A evolução na RMC está próxima do parâmetro brasileiro (queda de 10,3% no período), mas não bastou para que acompanhasse o estado, que passou a apresentar índices melhores a partir de 2012. Com informações da Gazeta do Povo.
O Paraná é um dos estados que mais obteve sucesso em reduzir abismos sociais desde os anos 1990. Estaria hoje em primeiro no Brasil (menor coeficiente de Gini), não fosse Santa Catarina. Além de ter o menor índice de desigualdade do país, o estado vizinho o melhorou em 20% em 21 anos, outro recorde brasileiro.
Fora isso, o Paraná teve resultados mais expressivos do que São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Espírito Santo – tanto nos índices atuais quanto no desempenho para melhorá-los. Outros cinco estados (Goiás, Piauí, Mato Grosso do Sul, Ceará e Pernambuco) conseguiram reduções maiores (entre 17,3% e 14,8%), mas ainda apresentam índices piores do que o paranaense.
O desafio do Paraná, agora, é continuar reduzindo a desigualdade. Quanto mais uma região se aproxima de bons índices, mais esforço é preciso para romper a inércia e continuar avançando. “O efeito marginal do crescimento da economia impacta cada vez menos na pobreza, a não ser que o crescimento seja exponencial”, diz Manuel Thedim, do IETS.
Já o agronegócio desponta como uma oportunidade de reduzir mais o abismo social no interior do estado. “Estamos assistindo a uma transformação do emprego agrícola, com mais trabalhadores qualificados ganhando salários mais altos”, afirma Henrique Neder, da UFU.
Para o especialista em desigualdade social Henrique Neder, professor de Economia da Universidade Federal de Uberlândia, aumentos reais (acima da inflação) nos salários mínimos (incluindo regionais) contribuíram para reduzir a desigualdade em cidades rurais – com ganho para o Paraná. “Se considerarmos que trabalhadores rurais têm participação maior entre os recebedores de salário mínimo, pode ser uma das explicações”, diz ele.
A situação do Paraná tem paralelos no Brasil. São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Rio Grande do Sul conseguiram reduzir a desigualdade entre 3% e 15% desde os anos 1990. Mas suas regiões metropolitanas tiveram reduções menores – de 0,4% a 10%.
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