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Deputados recorrem ao TRE por ‘uso político’ da cota de compras por Gleisi

Deputados recorrem ao TRE por 'uso político' da cota de compras por Gleisi

Deputados do Paraná reagiram nesta quarta-feira à postura da candidata do PT ao governo, senadora Gleisi Hoffmann (PT), alardear, em redes sociais, que influenciou o governo federal na decisão de suspender a portaria que tinha reduzido de U$ 300 para U$ 150 a cota de importação nas fronteiras terrestres do Brasil. Para o líder do Solidariedade, Fernando Francischini (PR), Gleisi explorou politicamente a questão e cometeu crime eleitoral. O deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) viu no gesto do governo uma “armação” para alavancar a campanha de Gleisi e da própria Dilma, e também estuda recorrer ao Tribunal Regional Eleitoral do Paraná contra a candidata petista. As informações são d’O Globo.

“Ela agiu como se não soubesse. O governo se faz de malvado, reduz a cota e ela (Gleisi) a heroína vem e faz o governo recuar. É jogo para plateia. E também crime eleitoral, é óbvio que fez exploração política do fato. Estamos estudando como isso pode ser enquadrado na lei eleitoral, para recorrer à Justiça eleitoral”, criticou Francischini.

O líder do Solidariedade disse que o governou tomou a medida sem se reunir ou fazer audiências com a população da fronteira e que Gleisi, como ministra da casa Civil, tinha conhecimento do fato. E agora, como candidata, tenta capitalizar o recuo do governo. O tucano Hauly chega a duvidar da real intenção da medida e seu posterior recuo:

“Quem em sã consciência imagina que a Dilma, em plena campanha eleitoral, pudesse reduzir a cota de importação sem uma reação em cadeia. Vejo como fraude eleitoral. É colocar o bode na sala, para depois tirar e garantir a sensação de alívio. Gleisi aqui está em terceiro lugar e usou isso para tentar decolar sua campanha. Vejo como estelionato eleitoral e vou estudar como podemos recorrer à Justiça eleitoral contra esse tipo de atitude”, disse.

O Palácio do Planalto afirma que a ex-ministra Gleisi não foi escalada para informar ao governo paraguaio a decisão de recuar na redução do limite da cota de importação. Segundo interlocutores palacianos, Gleisi estava no Paraguai, para uma outra agenda. Como a medida tinha saído, ela informou sobre a decisão do governo Dilma.

Segundo interlocutores palacianos, Gleisi ligou para o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) e disse que estava tendo uma reação muito forte em razão da redução da cota e que, foi neste momento, que Mercadante disse a ela que a medida seria revogada. Integrantes do governo afirmaram que a redução da cota neste momento ” foi, de fato, barbeiragem”. De acordo com estes integrantes, a redução da cota de importação só deveria entrar em vigor depois que as lojas de freeshop estivessem em funcionamento.