Daniel Carvalho informa, em matéria na Folha, que deputados querem afastar o senador Romero Jucá, do comando do PMDB. A insatisfação é tanta que os correligionários redigiram um documento em que exige o afastamento de alvos da Operação Lava Jato na direção do partido.
Investigado na operação, Jucá preside o PMDB desde abril de 2016, quando o atual presidente da República, Michel Temer, licenciou-se do comando da sigla. Os parlamentares também ameaçam uma debandada em massa durante a janela partidária que antecede as eleições do ano que vem.
Uma “Carta ao PMDB” será entregue a Jucá na quarta (8), data da reunião da Executiva Nacional do partido. Idealizador do documento, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) diz que a carta não é contra Jucá e que atingiria também outros alvos da Lava Jato, como o ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral), presidente da Fundação Ulysses Guimarães, e o presidente do Senado, Eunício Oliveira (CE), tesoureiro do partido.
“A direção do partido deve estar isenta”, diz Marun, que espera adesão de metade da bancada.
A principal queixa dos deputados em relação a Jucá reside no uso do fundo partidário, principal financiador das disputas eleitorais. Deputados querem que Jucá defina como o dinheiro será usado em 2018 e exigem mais dedicação à legenda.
Homem forte do governo Temer, Jucá tem grande influência no Ministério do Planejamento, é líder do governo no Congresso e pode assumir a liderança no Senado. Os parlamentares também acusam Jucá de gastar com despesas desnecessárias.
“O que os parlamentares querem é transparência, abrir a caixa-preta do partido. Soubemos que houve contratos com uma agência publicitária de gastos absurdos, compra de mobiliário”, afirma o deputado João Arruda (PMDB-PR), vice-presidente nacional da legenda.
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