Executivos da Limagrain apresentaram esta semana aos deputados estaduais o projeto de construção e atuação da primeira indústria de produção de resina plástica produzida a partir de resina de milho (bioplástico) da América do Sul. A estrutura será instalada em Pato Branco, no Sudoeste do Paraná.
A reunião, convocada pelo deputado Caíto Quintana, líder do PMDB, aconteceu na Sala da Presidência da Assembleia Legislativa. O ato, com os executivos Lorrant Dujeu (França), David Pearson (Inglaterra) e Luiz Fernando Guerra (Brasil), reuniu os deputados Pedro Lupion (DEM), André Bueno (PDT) e Rasca Rodrigues (PV), da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia.
Também participaram o secretário estadual do Meio Ambiente (Sema), Jonel Iurk e representantes do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e do Sindicato da Indústria e Material Plástico do Paraná (Simpep). “Esta reunião é muito mais para ouvir”, adiantou Caíto, na abertura do debate.
Reduzir agressões
“O Paraná está buscando uma legislação para resolver a questão das sacolas plásticas e reduzir as agressões ao meio ambiente”, disse Caíto Quintana. O deputado é autor de um projeto de lei tornando obrigatório o uso de sacolas biodegradáveis em supermercados e repartições públicas.
Após passar pela Assembleia, a proposta foi vetada por falta de detalhamento técnico. “Quando o governador Beto Richa (PSDB) vetou meu projeto, ele solicitou que eu buscasse uma alternativa viável e técnica, uma lei que esteja mais adequada a realidade do Paraná”, informou Caíto.
O bioplástico, material que será produzido pela Limagrain em Pato Branco, é composto quase que integralmente com farinha de milho. O Paraná, segundo lembrou Caíto, é um dos principais produtores do grão no Brasil.
Investimentos
O deputado também questionou os executivos da empresa se a estrutura no Paraná vai receber investimentos semelhantes aos promovidos pela empresa em sua sede na Europa. No continente, a Limagrain destina 14% do faturamento e aproximadamente 20% (1,6 mil) do pessoal em pesquisa e desenvolvimento.
Os executivos confirmaram que a proposta é chegar bem perto destes índices, mas que a prioridade será utilizar a mão-de-obra e a matéria prima local. A empresa, formada por um grupo de agricultores em 1995, hoje atua também em países como a China e a Índia, no continente asiático.
O grupo informou aos deputados nos próximos dois meses Lorrant Dujeu irá se mudar para Curitiba e será o responsável pelas pesquisas e o desenvolvimento do produto no interior do Paraná.
Vantagens e desvantagens
Segundo os representantes da empresa, a vantagem do bioplástico é que boa parte dele é orgânico (amido de milho) “e assim vai se decompor totalmente”, informou David Pearson.
Um exemplo destacado pelos executivos foi a comparação entre uma sacola de plástico comum, que demora até 300 anos para se decompor e outra de bioplástico, que demora de três a seis meses para se desintegrar.
A adoção do bioplástico hoje (no mundo, apenas 0,5% do plástico é feito deste produto) ainda esbarra no preço maior, devido à tecnologia agregada. “O preço mais alto é compensado com o impacto menor ao meio ambiente”, concluíram.
Em março passado o projeto foi apresentado a Beto Richa, após um primeiro contato do governador durante agenda na França, no ano passado. Este será o terceiro investimento da Limagrain no Estado, atualmente a empresa tem duas indústrias que atuam em outros segmentos da agricultura.
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