Deputado propõe desmatamento zero na Amazônia
O deputado Sarney Filho (PV-MA), defendeu nesta quinta-feira (19) uma "moratória do desmatamento" na Amazônia até que o zoneamento ecológico-econômico (ZEE) da região seja concluído. O zoneamento define a destinação de áreas para preservação, produção agrícola, ocupação por rebanhos, entre outras.
Atualmente, apenas os estados do Acre e Rondônia concluíram o mapeamento. A expectativa do governo, de acordo com anúncios recentes do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, é que o ZEE de toda a região amazônica esteja pronto até o fim de 2009.
Sarney Filho era o único representante da Frente Parlamentar Ambientalista na audiência que recebeu os governadores de Mato Grosso, Blairo Maggi e de Rondônia, Ivo Cassol, para debater os altos índices de desmatamento dos dois estados. Representantes da bancada ruralista garantiram o quórum da audiência.
Contrário à proposta de desmatamento zero, Maggi defendeu a articulação entre pecuária e agricultura, para que os produtores possam alternar as duas atividades e expandir os níveis de produção. O governador disse que está finalizando a proposta e deve apresentá-la durante o Fórum de Governadores da Amazônia Legal, que Mato Grosso vai sediar em agosto.
Durante a audiência, Cassol propôs a criação de um tributo nos moldes da Contribuição Social para a Saúde (CSS) em tramitação no Congresso: a Contribuição Social Sustentável. O governador defendeu a taxação "em 0,01% ou 0,02%" sobre as movimentações financeiras para financiar ações de preservação da Amazônia.
Os governadores afirmaram ainda, que "não são vilões do desmatamento da Amazônia" e contestaram os índices de desmatamento calculados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que apontam Mato Grosso e Rondônia como alguns dos campeões de devastação da floresta.
Ao deixar a audiência, Sarney Filho disse que não se convenceu com os dados apresentados pelos governadores sobre possíveis divergências com os índices do Inpe. "Prefiro acreditar nos dados oficiais", apontou.
Por Luana Lourenço
Fonte: Agência Brasil
Deixe um comentário