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Deputado Michele alerta sobre riscos do uso indiscriminado de medicamentos

 

O deputado estadual Michele Caputo (PSDB) foi à tribuna nesta segunda-feira (6) para alertar sobre a importância do uso racional de medicamentos, considerado hoje uma das principais causas de intoxicações no Paraná. Segundo ele, é preciso reforçar o trabalho de conscientização junto à comunidade, tendo em vista que a desinformação ainda leva muitas pessoas à tomarem remédios por conta própria.

Um estudo do Conselho Federal de Farmácia (CFF) aponta que 77% dos brasileiros utilizaram medicamentos sem prescrição nos últimos seis meses. “A população tem que ter a consciência de que se automedicar é muito perigoso. Além de não fazer o efeito desejado, pode causar resistência, mascarar sintomas e levar até a morte”, relata o deputado, que também é farmacêutico por formação.

Ainda de acordo com a mesma pesquisa, realizada pelo Instituto Datafolha, cresce a ocorrência de uma nova modalidade de automedicação, a partir de medicamentos devidamente prescritos. “O que acontece é que as pessoas até procuram orientação médica, passam pelo farmacêutico, mas na hora de tomar o medicamento, alteram a dose prescrita pensando que isso agilizaria o tratamento”, explica o deputado.

Este comportamento foi relatado por 57% dos entrevistados, sendo que é ainda mais comum em homens e jovens com idade entre 16 e 24 anos. “É preciso respeitar e cumprir à risca o que diz a receita. Em caso de dúvidas ou eventos adversos, procure um profissional farmacêutico e não a internet”, ressalta Michele Caputo.

Na última semana, o Conselho Regional de Farmácia do Paraná (CRF-PR) realizou uma série de ações em alusão ao Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos – comemorado em 5 de maio. A entidade também lançou a campanha “Saúde não é jogo”, abordando o tema e elencando os riscos da automedicação para as pessoas.

ANALGÉSICOS OPIÓIDES

Também nesta segunda, o deputado Michele Caputo chamou a atenção para a epidemia de analgésicos opióides que assola os Estados Unidos (EUA). Recentemente, um grande chefe da indústria farmacêutica, John Kapoor, fundador da Insys Therapeutics, foi condenado pela justiça norte-americana por pagar propina a médicos que receitassem este tipo de medicamento a pacientes que não precisavam. Kapoor foi condenado ainda por enganar planos de saúde acerca das propriedades do medicamento.

Hoje já se sabe que os opióides são medicamentos com alto poder viciante. Eles são derivados da papoula, planta que também serve de base para a produção do ópio e da heroína. A grande disseminação do uso desses analgésicos levou ao presidente Donald Trump a declarar a crise dos opióides uma “emergência nacional” em 2017.

Para Michele Caputo, este é mais um exemplo de como o uso indiscriminado de medicamentos pode causar sérios problemas à sociedade. “Os opióides trazem uma sensação de alívio, reduzem a dor e a ansiedade. Contudo, são altamente viciantes e tornam o corpo dependente deles”, revelou.