A Operação Lava Jato desencadeada pela Polícia Federal continua fazendo estragos apenas na fase inicial, onde aparece apenas a ponta do iceberg. Entre os milhares de documentos apreendidos pela PF está uma relação de depósitos suspeitos na conta do doleiro Alberto Youssef, relacionando quantias vultuosas de grandes empreiteiras e empresas que prestam serviços à Petrobras e outros órgãos do governo federal, entre elas a OAS Engenharia e Participações, Galvão Engenharia, Arcoenge, Coesa, Construtora OAS, Sehab, Unipar, Sanko entre muitas outras. O doleiro é acusado de lavagem de dinheiro que movimentou mais de R$ 10 bilhões nos últimos anos.
O envolvimento do deputado federal André Vargas (ex-PT) com o doleiro e a intermediação de negócios com o Ministério de Saúde custou ao deputado o cargo de vice presidente da Câmara dos Deputados, e pode custar o mandato nos próximos dias. No passado ele foi preso por lavar dinheiro no esquema de corrupção na venda do Banestado, no governo Jaime Lerner.
Mas o que também está intrigando os policiais é um crédito de R$ 1,2 milhão, efetuado em duas parcelas, por Maria José Arcoleze, de Londrina. Maria José, conhecida por Mazé, aposentou-se há cerca de dois anos pelo Sercomtel, serviço de telefonia controlado pelo município de Londrina e Copel. Sua aposentadoria é de aproximadamente R$ 3 mil.
Ela nega ter feito o depósito. O CPF relacionado pelo doleiro corresponde ao dela. A Receita Federal informa que a situação fiscal de Mazé está em ordem. Ela é solteira, mora em residência de madeira antiga com uma irmã. Procurada pela imprensa, disse que seu CPF foi usado indevidamente pelo doleiro.