O prefeito de Londrina, Barbosa Neto (PDT), vai depor na quarta-feira na Comissão Processante (CP) da Centronic – aberta na Câmara de Vereadores para investigar suposto ato de improbidade administrativa -, mas não deve acrescentar muito à investigação.
Em entrevista coletiva na última sexta-feira, o prefeito voltou a negar as acusações de que teria usado dois vigias da Centronic, pagos pelo contrato da empresa com a Prefeitura, para trabalharem na rádio de sua família. Além do prefeito, outras quatro pessoas devem ser ouvidas pelos vereadores. ”Cada dia que passa está mais claro que não tivemos nenhum tipo de erro em relação à Centronic. Esse contrato foi feito em 2006, rompemos esse contrato, cancelamos o contrato com a prefeitura”, ressaltou Barbosa. O contrato da empresa de segurança foi assinado na gestão do ex-prefeito Nedson Micheletti (PT).
A CP investiga denúncias de que no holerite dos vigias que trabalharam na rádio da família do prefeito, a Brasil Sul, estava escrito como fonte pagadora à Centronic pelo contrato da Prefeitura de Londrina, o que pode caracterizar infração político-administrativa por parte do prefeito.
”Os erros foram feitos pela própria empresa, porque não era só a rádio que tinha no holerite os funcionários com o nome sendo pagos pela Prefeitura. Isso foi uma questão administrativa, e talvez feita até pela empresa para tentar burlar e comprovar um número de funcionários que na verdade eles não tinham condição de arcar.” Segundo foi investigado pela Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Centronic, isso era feito pela empresa para tentar justificar o valor do contrato com a administração.
Os integrantes da CP pediram judicialmente documentos da Caixa Econônica Federal, Receita Federal e Ministério do Trabalho para confirmar fonte pagadora dos vigias e quem efetivamente recolhia o FGTS nos salários – se a Rádio Brasil Sul ou a Centronic. O pedido teve que ser feito por meio da Justiça por se tratar de documentos sigilosos.
A CP tem até 4 de agosto para concluir os trabalhos. No relatório final, deve ser indicado ou a cassação do mandato do pedetista ou o arquivamento do caso. ”O relatório deve ser favorável”, concluiu o prefeito.
Fonte: Folha de Londrina
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