O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse ao Ministério Público Federal que o esquema de corrupção na empresa estatal repassou R$ 1 milhão para a campanha da ex-ministra Gleisi Hoffmann (PT-PR) ao Senado nas eleições de 2010, segundo o jornal “O Estado de S. Paulo”. Eleita para o Senado naquele ano, Gleisi licenciou-se para assumir o cargo de ministra-chefe da Casa Civil no início do governo da presidente Dilma Rousseff. Nas eleições deste ano, Gleisi concorreu ao governo do Paraná e terminou a disputa em terceiro lugar.
Segundo o jornal, Costa disse que a campanha de Gleisi recebeu ajuda a pedido do doleiro Alberto Youssef, apontado como operador de um esquema que teria desviado recursos da Petrobras para partidos políticos. Pegos na Operação Lava Jato, os dois estão colaborando com as autoridades em troca de redução de suas penas.
Youssef era parceiro do deputado federal André Vargas, que fazia parte do mesmo grupo político de Gleisi e do marido, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. Vargas deixou o PT este ano depois que veio a público o seu envolvimento com o doleiro. A senadora afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não conhece Alberto Youssef nem Paulo Roberto Costa, e que todas as doações para sua campanha estão na prestação de contas entregue à Justiça Eleitoral.
Segundo o jornal, Costa afirmou às autoridades que o repasse de R$ 1 milhão à campanha de Gleisi pode ser comprovado por anotações em sua agenda pessoal, apreendida pela Polícia Federal. Paulo Bernardo afirmou que não conhece Youssef. “Chance zero de Youssef pedir para fazer uma doação para Gleisi”, disse. “Ele não a conhece e não me conhece. A troco de quê vai fazer isso?”
Ele disse que a única vez que esteve diante do doleiro foi durante a CPI do Banestado, que funcionou entre 2003 e 2004 no Congresso e investigou um esquema de evasão de divisas. “Eu era deputado federal e membro suplente daquela CPI. Ele estava preso [por ter feito remessas ilegais de dinheiro usando a instituição] e foi ouvido pela comissão. Foi a única vez que vi o cara pessoalmente. Nunca mais conversei com ele, não troquei telefone. Não tenho nenhum contato com ele”, disse o ministro.
Deixe um comentário