Felipe Patury, Época
Em cinco de junho, na audiência que decidiria o destino de Henrique Pizzolato — condenado no processo do mensalão e hoje preso na Itália — a defesa do ex-diretor do Banco do Brasil alegou que os presídios brasileiros feriam a dignidade e os direitos humanos, o que impediria sua extradição para o Brasil. A estratégia de Pizzolato foi a mesma adotada pela defesa de um holandês, Ronald Von Koolwyk, três meses antes. Condenado no Brasil por tráfico de drogas, Von Koolwyk se encontra detido na Itália e utilizou o mesmo expediente para protelar a decisão da Justiça italiana a respeito de sua extradição em março.
O caso deixou a Procuradoria Geral da República em alerta. Temendo movimento semelhante da defesa de Pizzolato, a PGR preparou relatórios sobre as condições da Papuda e de dois presídios em Santa Catarina antes que o Ministério da Justiça da Itália pedisse os documentos para os autos. Segundo a PGR, os relatórios chegaram à Itália em 30 de maio, a tempo da audiência da extradição. A juíza responsável pelo caso afirmou que não houve tempo hábil para a apreciação dos documentos. A decisão ficou para outubro.
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