Folha de S. Paulo
O cantor inglês David Bowie morreu neste domingo (10), aos 69 anos, após uma batalha de 18 meses contra um câncer, informou a família do músico em mensagem divulgada nesta segunda-feira no Twitter e no Facebook.
“Muitos de vocês compartilharão esta perda. Pedimos que respeitem a privacidade da família durante o período de luto”, acrescentou o comunicado.
O filho do músico, o cineasta Duncan Jones, também confirmou a notícia nas redes sociais. “Lamento muito dizer que é verdade. Estarei desligado por um tempo. Muito amor para todos”, escreveu.
Autor de clássicos como “Starman” e “Space Oddity”, Bowie havia acabado de lançar na última sexta (8), dia de seu aniversário, seu mais recente álbum, “Blackstar”.
Às véspera de lançar “Blackstar”, seu 25º álbum de estúdio, apresentou o vídeo musical do tema “Lazarus”, um inquietante clipe de quatro minutos de duração no qual Bowie aparece com os olhos vendados, levitando na cama de um hospital psiquiátrico.
Este último trabalho, que contém apenas sete canções, foi bem recebido pela crítica no Reino Unido.
Durante anos houve nos círculos musicais rumores sobre a saúde do cantor, muito reservado com sua vida pessoal e que fazia poucas aparições públicas.
Seu último show ao vivo foi uma atuação com fins beneficentes em Nova York em 2006.
Bowie ficou famoso em 1972, com “The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars”, e não só por suas letras misteriosas e eletrizantes, mas por sua imagem tão espetacular como ambígua.
Seus grandes sucessos, transformados em clássicos da música e referências de culto, incluem também “LeT’s Dance”, “Heroes”, “Under Pressure”, “Rebel, Rebel”, “Life on Mars” e “Suffragette City”.
O Museu Victoria & Albert de Londres dedicou em 2013 a Bowie, que durante sua carreira também foi ator, uma exposição que foi uma das mais bem-sucedidas de sua história. O MIS (Museu da Imagem e do Som) trouxe a mostra a São Paulo, em janeiro de 2014, com cerca de 300 itens relacionados à vida e à carreira do cantor.
A primeira retrospectiva internacional sobre a carreira do celebrado artista britânico chegou à capital paulista após uma exibição de sucesso no Victoria and Albert Museum, em Londres, na Inglaterra.
Um ano depois, em novembro de 2014, Bowie comemorou meio século de carreira com “Nothing Has Changed”, uma ambiciosa antologia que refletia a diversidade de rostos que cultivou em sua vida.
A publicação foi complementada com a estreia no Reino Unido do filme “David Bowie Is”, um documentário em torno da exposição sobre o artista no Victoria & Albert.
Nascido no bairro londrino de Brixton em 1947, David Robert Jones tinha 15 anos quando montou sua primeira banda, em 1962, mas nenhuma da cinco ou seis das quais participou deu em algo. Logo adotou o Bowie devido à semelhança com o músico Davy Jones, do Monkees.
O sobrenome veio de uma fabricante de facas, e ele aproveitou para espalhar a lenda de que havia sido ferido na vista por uma faca dessa marca, daí o fato de ter a íris do olho direito bem mais dilatada que o normal.
Outra história vem do fato de que a faca Bowie tem gumes dos dois lados, no que seria uma alusão ao bissexualismo do artista.
O músico foi casado duas vezes e teve dois filhos.
Deixe um comentário