Pesquisa do Datafolha divulgada na tarde deste sábado mostra que 63% dos entrevistados apoiariam a abertura de um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT), a partir do que foi revelado até o momento na Operação Lava-Jato, que investiga um esquema de corrupção que envolve partidos políticos, empreiteiras e diretores da Petrobras. Outros 33% afirmaram que são contra o impeachment e 4% disseram não saber. Entretanto, o Datafolha demonstra também que a maior parte das pessoas não sabe o que poderia acontecer após uma possível destituição da presidente ao cargo.
Os resultados da pesquisa foram publicados no site do jornal “Folha de S.Paulo” nesta tarde. Os pesquisadores perguntaram àqueles que defendem a saída da presidente quem assumiria no seu lugar, caso Dilma fosse mesmo afastada do cargo. Deste grupo, 27% responderam que seria o vice-presidente (sem citar seu nome), 10% citaram Michel Temer (PMDB) nominalmente, 15% disseram que o substituto seria o candidato derrotado na última eleição, o senador Aécio Neves (PSDB), 8% deram outras respostas e 40% admitiram que não sabiam o que aconteceria.
Entre aqueles que rechaçam o impeachment, 33% disseram que o cargo de presidente é assumido por seu vice, 19% citaram Michel Temer, 5% falaram em Aécio Neves, 9% deram outros nomes e 33% disseram não saber responder à questão.
Com relação ao total de entrevistados, 29% acreditam que, em caso de impeachment da presidente, o cargo é ocupado pelo vice, 13% citaram Michel Temer, 12% falaram de Aécio Neves, 8% deram outras respostas e 39% afirmaram não saber a resposta. Quando os eleitores foram perguntados sobre qual é o nome do vice-presidente, 63% declararam não saber. Outros 36% acertaram a resposta, enquanto 1% respondeu um nome errado.
Embora a maioria das pessoas apoie a abertura de um processo de impeachment contra Dilma, 64% não acreditam no afastamento da presidente em decorrência da Operação Lava-Jato. Para 57% dos entrevistados, Dilma sabia da corrupção na Petrobras e deixou que os escândalos continuassem. Outros 26% acreditam que, embora soubesse do esquema, a presidente não poderia fazer nada para impedir que ele continuasse. Por fim, 12% responderam que Dilma não sabia da corrupção na Petrobras.
A maior parte dos entrevistados (75%) se declarou a favor dos protestos contra o governo Dilma, enquanto 19% das pessoas se manifestou contra as manifestações. Uma série de protestos contra Dilma está marcada para ocorrer neste domingo em vários locais do país.
REPROVAÇÃO DE DILMA FICA ESTÁVEL
A reprovação da presidente Dilma ficou estável em relação à última pesquisa do Datafolha, feita em 16 e 17 de março. O número de eleitores que considera o governo Dilma ruim ou péssimo oscilou de 62% para 60%. Como a margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, o índice ficou estacionado. Em 2 de dezembro, o índice era de 24%.
A quantidade de pessoas que considera o governo bom ou ótimo ficou estável em 13% nas duas últimas pesquisas. Em dezembro, estava em 42%. Já aqueles que o acham regular oscilou de 24%, em março, para 27%, em abril. Em dezembro, a taxa era de 33%.
A pesquisa também revela pessimismo do eleitor com relação à economia. Entre os ouvidos, 58% acredita que a situação econômica vai piorar, 78% acham que a inflação vai subir e 70% diz que o desemprego vai aumentar.
Quando a pergunta quem foi o melhor presidente do Brasil, 50% escolheram Luiz Inácio Lula da Silva, 15% afirmaram que foi Fernando Henrique Cardoso, 6% apostaram em Getúlio Vargas, 3% em Juscelino Kubitschek. Dilma foi eleita melhor presidente da história por 2%, mesmo percentual conquistado por José Sarney.
NOVA ELEIÇÃO
O instituto de pesquisa também perguntou aos eleitores em quem eles votariam caso fossem convocadas novas eleições presidenciais. O resultado revela um empate técnico entre Aécio e o ex-presidente Lula. O tucano foi escolhido por 33% dos eleitores, enquanto o petista ficou com 29% das intenções de voto.
Marina Silva, que concorreu às últimas eleições pelo PSB, e o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa aparecem empatados em terceiro lugar, com 13% das respostas. O Datafolha ouviu 2.834 pessoas em 171 municípios entre 9 e 10 de abril. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
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