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Dados do Inpe apresenta aumento de 29,5% no desmatamento da amazônia no último ano

Entre agosto de 2018 e julho de 2019 o Brasil bateu o recorde do desmatamento na Amazônia desta década. Segundo o sistema de monitoramento Prodes, que oferece o dado mais preciso, consolidado e com nível de confiança superior a 95%, foram destruídos 9762 km², um aumento de 29,5% em comparação com o ano anterior.

Juntos, os estados de Pará, Rondônia, Mato Grosso e Amazonas foram responsáveis por 84% do total desmatado no período, cerca de 8.213 km².

O aumento percentual desse ano é o terceiro maior da história. Aumentos tão acentuados só foram vistos nos anos de 1995 e 1998. No primeiro, o crescimento foi de 95% e a taxa alcançou o pico histórico: 29.100 km² de área devastada. Já em 1998 o aumento do desmate foi de 31%.

Os dados anuais consolidados do desmatamento da Amazônia foram divulgados na manhã desta segunda (18), em São José dos Campos, na sede do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). A divulgação teve a presença dos ministros Ricardo Salles (Meio Ambiente) e Marcos Pontes (Ciência), além de Darcton Damião, diretor interino do Inpe.

Para Salles, o aumento ocorreu devido à “economia ilegal” na Amazônia. O ministro anunciou que na próxima quarta (20) fará uma reunião em Brasília para tratar ações e medidas contra o desmatamento, entre as quais está a volta do TerraClass (que qualifica o desmatamento na Amazônia Legal) e o repasse de recursos do Fundo Petrobras para sua reativação.

“Há também negociações na esfera governamental como a transferência de parte dos órgãos de identificação, monitoramento e pesquisa de biodiversidade e floresta, e o setor de ecoturismo, que faz parte do ministério, para criar uma sede na Amazônia. Parte das equipes serão deslocadas para estarem no local da pesquisa, do cuidado e do desenvolvimento do ecoturismo. É um pedido antigo e entendemos que é procedente”, disse.

Como parte dos esforços para conter a destruição na Amazônia, o ministro Marcos Pontes (Ciência) também disse que estuda criar um programa em conjunto com o Exército para levar mais cientistas para o bioma. A parceria ajudará, segundo ele, a reduzir os custos da operação ao utilizar as bases já instaladas das forças armadas na região. Pontes acredita que ao levar mais pesquisadores para a Amazônia será possível reduzir o desmate.

Raoni Rajão, pesquisador da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), avalia que além do desmatamento recorde entre 2018-2019, as taxas para o próximo ano já são preocupantes, considerando que os meses de agosto e setembro apresentaram acentuados aumentos de destruição, e serão contabilizadas no Prodes 2019-2020.

Rajão e outros pesquisadores estimam que o Brasil não conseguirá cumprir sua meta da Política Nacional sobre Mudança do Clima de reduzir 80% do desmatamento na Amazônia (em relação à média entre os anos de 1996 a 2005) até 2020. (Com informações do Diário do Poder)