Sem tirar os olhos dos computadores e dos gráficos de oscilação do consumo, profissionais ficaram a postos para atender à demanda do Sistema Interligado Nacional
Em campo, contra a Sérvia, viu-se outra Seleção Brasileira na quarta-feira (27), no último confronto da primeira fase da Copa da Rússia. Mais aguerrida e com mais personalidade, a equipe do técnico Tite venceu com facilidade a partida por dois a zero. No setor elétrico brasileiro, que garantiu à população assistir aos jogos sem risco de apagões, a qualidade dos profissionais equivale à dos melhores jogadores: tudo funcionou à perfeição, mesmo considerando que o consumo, em dia de jogo do Brasil, oscila rapidamente, com quedas e aumentos bruscos.
Segundo os técnicos da Itaipu Binacional, a quarta-feira foi atípica para o setor elétrico brasileiro não só durante a partida entre Brasil e Sérvia, mas durante todo o período. Como muitas empresas liberaram seus empregados para assistir aos jogos em casa, o consumo de energia é menor se comparado ao de uma quarta-feira comum: ao longo de todo o primeiro tempo foi 8.855 MW inferior e, durante o segundo tempo, ficou 11.203 MW menor.
Oscilação durante a partida
Enquanto a Seleção Canarinho jogava na Rússia, na quarta-feira, o consumo de energia elétrica no País oscilou bastante. Nos 30 minutos que antecederam o confronto, entre 14h30 e 15h, ocorreu uma queda no consumo de 4.146 MW. A seguir, com a bola rolando, houve nova queda, desta vez de 1.419 MW nos 15 minutos iniciais.
No intervalo, o consumo de energia elétrica subiu 2.102 MW, em apenas 15 minutos. Isso acontece, em linhas gerais, porque as pessoas se levantam do sofá e, entre outras coisas, vão até a geladeira buscar algo para comer ou beber e usam eletrodomésticos, como micro-ondas. No início do segundo tempo, nova queda de consumo, de 1.766 MW em 15 minutos. E no final do jogo, em apenas 21 minutos, o consumo de energia elétrica teve um aumento de 6.205 MW.
A usina de Itaipu, mais uma vez, funcionou como uma retaguarda de segurança para o setor elétrico. Técnicos brasileiros e paraguaios, torcendo pela Seleção Brasileira, mas sem tirar os olhos dos computadores e dos gráficos de acompanhamento de oscilação do consumo, permaneceram a postos para atender a demanda do Sistema Interligado Nacional.
Economia de energia
Um dado curioso é que os jogos da Seleção Brasileira representam uma economia no consumo de energia do País. Isso acontece, principalmente, porque as empresas liberam os funcionários para assistirem aos jogos em casa, evitando o consumo de ar-condicionado, iluminação predial, entre outros. No total, a primeira fase gerou uma economia de energia de 52.500 MWh em todo o País.
Na primeira partida do Brasil, contra a Suíça, a economia foi pequena, de 7.500 MWh (o equivalente ao consumo de uma cidade como Curitiba por 15 horas), porque o jogo foi em um domingo (17). Contra a Costa Rica, com jogo na sexta-feira (22), a economia foi de 20.000 MWh, ou o mesmo que uma Curitiba por 40 horas. Finalmente, a partida contra a Sérvia, na quarta-feira (27), a economia chegou a 25.000 MWh, o mesmo que o consumo de Curitiba por 50 horas.
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