Dos 11 projetos de lei em pauta na Câmara Municipal de Curitiba (CMC), na sessão desta segunda-feira (9), dois pretendem consolidar a relevância do rock and roll para o cenário cultural e para a movimentação da economia local. Uma das iniciativas propõe a criação do Dia do Rock, em 13 de julho, e a outra, que a capital seja reconhecida com o título de “Cidade mais Rock and Roll do Brasil”.
Ambas as votações foram em primeiros turnos unânimes. Para seguirem para a sanção do prefeito Rafael Greca e se tornarem lei, as proposições dependem da confirmação pelo plenário, na sessão desta terça-feira (10).
O Dia do Rock deve integrar o calendário oficial de eventos de Curitiba. A análise em primeiro turno recebeu 25 votos positivos (005.00161.2023). Autor do projeto de lei, Alexandre Leprevost (União) explicou que o 13 de julho foi escolhido “porque foi neste dia, em 1985, que ocorreu um grande evento, chamado Live Aid. O festival histórico foi realizado simultaneamente em Londres, na Inglaterra, e na Filadélfia, nos Estados Unidos, com o objetivo principal de ajudar a Etiópia no combate à fome”.
“Sabemos que o rock é um dos gêneros musicais preferidos dos curitibanos, […] em 2017, um levantamento realizado pelo Deezer, plataforma de streaming, apontou Curitiba como a cidade mais roqueira do Brasil”, prosseguiu Leprevost.
Além de bandas, artistas e diversos empreendimentos com a temática rock and roll, o autor destacou que a capital paranaense recebe shows nacionais e internacionais do gênero musical, eventos que movimentam, também, o comércio local, como lojas, bares, restaurantes, hotéis. “Essa movimentação gera milhares de empregos diretos e indiretos, aquecendo a nossa economia”, argumentou.
Para Rodrigo Reis (PL), também é necessário incentivar a promoção das bandas e músicos locais de rock, para que os artistas ganhem cada vez mais projeção nacional. “Curitiba pode, sim, trabalhar um programa de incentivo para dar um pouco mais de estrutura, para que essas bandas possam fazer sucesso no Brasil inteiro”, concordou Leprevost.
Angelo Vanhoni (PT) pontuou que o rock dialoga com diversos outros gêneros musicais. O vereador sugeriu que a Prefeitura de Curitiba promova, no mês de julho, uma oficina para artistas ligados ao estilo. A criação de datas comemorativas como o Dia do Rock, ponderou Professor Euler (MDB), “ajuda a estimular o turismo, ajuda a estimular nossa economia como um todo”.
Curitiba, a Cidade mais Rock and Roll do Brasil
Na sequência, com 26 votos “sim” na discussão em primeiro turno, a Câmara Municipal aprovou o título de Cidade mais Rock and Roll do Brasil a Curitiba (005.00201.2023). Protocolado por Bruno Pessuti (Pode), o projeto de lei recebeu a coautoria dos vereadores Dalton Borba (Solidariedade), Herivelto Oliveira (Cidadania), Jornalista Márcio Barros (PSD), Nori Seto (PP), Pier Petruzziello (PP), Rodrigo Reis (União).
A matéria surgiu a partir de uma sugestão cadastrada no Banco de Ideias Legislativas (BanLegis), ferramenta on-line por meio da qual a população pode indicar projetos de lei para a cidade. “Ele complementa o projeto de lei do Alexandre Leprevost”, explicou Pessuti sobre o motivo de os projetos de lei não terem sido anexados.
“Rock é economia, rock é ciência, rock é tecnologia, […] nós temos, na cidade de Curitiba, cerca de 80 bares destinados ao rock”, citou o autor. Além disso, Pessuti pontuou que Curitiba possui uma média de 200 estabelecimentos temáticos, como lojas de carros, barraquinhas de comidas e estúdios de gravação para músicos.
“É importante a gente falar em todo o universo rock and roll para complementar a criação do Dia do Rock, [vem] a confirmação, então, de que Curitiba é a cidade mais rock and roll do Brasil”, enfatizou Bruno Pessuti. No último sábado (7), pontuou o vereador, um tradicional festival de rock reuniu mais de 20 mil pessoas, mesmo sob chuva, na Pedreira Paulo Leminski.
“Não podemos esquecer dos festivais, […] até o Carnaval tem rock and roll”, completou o coautor Nori Seto, sobre a importância do gênero musical para o cenário cultural e a economia de Curitiba. “A partir desta lei, a ideia é criar um marco jurídico para que mais eventos como esse aconteçam na cidade”, respondeu Pessuti.
“Colocar Curitiba como a cidade mais rock and roll do Brasil, isso não é em detrimento a outros estilos, […] todo mundo tem espaço nessa cidade”, observou o Jornalista Márcio Barros, que também assina o projeto. Ele defendeu, ainda, que a criação de datas comemorativas complementa, mas não resume, as votações feitas pela Câmara de Curitiba.
“Estou há quase 40 anos trabalhando como jornalista e cobri muitos shows de rock, muitos até internacionais. Curitiba realmente foi ganhando essa condição de capital do rock aos poucos”, comentou Herivelto Oliveira, outro coautor da proposição. Seguindo a mesma linha de raciocínio, João da 5 Irmãos (MDB) falou da importância do incentivo à cultura e da movimentação da economia local.
A votação foi acompanhada pelo músico Marcelus dos Santos, da banda Motorocker, e da economista Sabrina Matos, responsável por estudo que embasou a criação do projeto de lei.
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