Em meio às articulações para a eleição do novo líder do PMDB e às pressões e ofertas de um ministério vindas do Palácio do Planalto, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (RJ), opositor declarado da presidente Dilma Rousseff, reagiu nesta quarta-feira e disse que o líder de seu partido não pode virar “assessor” da Presidência da República. “A liderança do PMDB não pode se transformar num assessor do governo ou alguém que represente o governo. Não pode ser nem de governo, nem de oposição”, disse. As informações são de Felipe Frazão na Veja.
O Planalto acena com a possibilidade de nomear o deputado Mauro Lopes (MG) para a secretaria de Aviação Civil, antes ocupada por um aliado do vice-presidente Michel Temer, o ex-ministro Eliseu Padilha. Cunha também disse que o atual líder, Leonardo Picciani (RJ), aliado de Dilma, conseguiu “desunir a bancada” ao longo de 2015. Não é a primeira vez que Cunha fala em submissão do líder da bancada peemedebista ao Planalto.
Ele atribui o racha que marca a atual eleição à postura de Picciani, que rejeitou indicar para a comissão especial do impeachment nomes declaradamente favoráveis à saída de Dilma. O episódio foi o estopim para uma crise interna, que levou os rebeldes do partido, sobretudo as alas gaúcha e mineira, a destituírem Picciani e apoiarem o deputado Leonardo Quintão (MG) em seu lugar. Picciani retomou a liderança com articulação do Planalto e aliados como o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o governador do Estado, Luiz Fernando Pezão. Picciani quer ser reeleito, e a bancada de Minas pode abdicar de tentar fazer o sucessor dele se Mauro Lopes de fato assumir o ministério.
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