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Filipe Barros ganha força na cross do PSL

A crise no PSL, no partido de Jair Bolsonaro, acabou rendendo ao deputado federal paranaense Filipe Barros o posto de vice-líder da legenda na Câmara Federal e a confiança do Palácio do Planalto e da família do presidente. A indicação foi confirmada na terça-feira (22) por Eduardo Bolsonaro – um dos filhos do presidente – e que após dias de disputa interna, garantiu ontem a liderança da sigla na Casa. O próprio Jair Bolsonaro também confirmou que chegou a cogitar a indicação de Barros para o posto, avaliando que a nomeação do filho poderia ter repercussão negativa.

Em entrevista no Japão, onde está em viagem oficial, o presidente afirmou que defendeu, em reunião no Palácio do Planalto, o nome do parlamentar paranaense para a liderança do partido, mas que foi opinião vencida. Barros foi um dos 19 deputados do PSL que assinaram um manifesto em apoio a Bolsonaro na briga contra o grupo do presidente nacional do partido, Luciano Bivar. Por conta disso, ele foi retaliado pela ala “bivarista” com a perda de cargos na sigla e em comissões da Câmara.

Na segunda-feira (21), o paranaense também foi notificado pelo PSL com a suspensão do partido. A medida atingiu os 19 parlamentares que haviam assinado o manifesto pró-Bolsonaro. Os deputados, porém, conseguiram conseguiram na Justiça uma liminar para evitar a punição. A Justiça determinou que “sejam suspensos todos os processos disciplinares instaurados em desfavor dos requerentes pelo partido réu, PSL, até o julgamento desta ação cautelar, quando será avaliada, principalmente, a alegação de que as notificações estavam desacompanhadas do inteiro teor da representação”.

Na terça-feira (22), depois de ser confirmado como novo líder do PSL na Câmara, no lugar do Delegado Waldir (GO), Eduardo Bolsonaro nomeou seus novos vice-líderes, todos parlamentares da ala “bolsonarista”.

Na segunda-feira, em seu primeiro ato como novo líder do PSL na Câmara, Eduardo determinou o desligamento de todos os vice-líderes do partido na Casa. Eduardo foi confirmado no cargo na manhã de segunda após receber o apoio de 28 dos 53 parlamentares da legenda – a lista original tinha 29 nomes, mas um não foi aceito pela Secretaria Geral da Mesa.

Bate-boca

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que houve um “bate-boca exacerbado” entre integrantes do seu partido o PSL, mas que deixará a ferida cicatrizar naturalmente. Apesar dos conflitos, Bolsonaro insistiu que a crise política seria uma “invenção” e que os conflitos no partido não terão impacto na tramitação nas votações dos projetos do governo no Congresso. “Que crise política? Inventaram a crise política. Não há crise nenhuma. Zero.”

Ele creditou os problemas no PSL ao fato de que a maior parte dos integrantes da sigla ser composta por parlamentares de primeiro mandato. “A maioria do PSL é nova na política, novato que chega achando que já sabe de tudo. Passei 28 anos ali (no Congresso) sem um cargo (no governo)”, afirmou o presidente. “Problemas eu tive lá dentro (do Parlamento), mas sem chegar ao nível que um parlamentar chegou agora, com linguajar que nunca vi em lugar nenhum do mundo”, disse.

Questionado se ficou magoado, Bolsonaro afirmou que as discussões fazem parte da política. Sobre possíveis sequelas dos embates públicos, respondeu que deixará cicatrizar naturalmente. “As coisas acontecem. É igual uma ferida, cicatriza naturalmente”, disse. “Entre mortos e feridos, todo mundo vivo.” As informações são do Bem Paraná.