A CPI da JMK da Assembleia Legislativa do Paraná aprovou, nesta terça-feira (9), o pedido de quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico das 20 maiores oficinas mecânicas que prestavam serviços para a empresa responsável por gerenciar a frota de veículos do Governo do Paraná. Em outro requerimento aprovado na sexta reunião da comissão, os parlamentares requisitaram à Junta Comercial do Paraná cópias dos contratos destas oficinas que mais receberam valores da JMK desde o início do contrato, em janeiro de 2015. As informações são do Alerta Paraná.
Relatório da Polícia Civil identifica que 96% dos orçamentos eram direcionados para um grupo pequeno das cerca de 1,2 mil oficinas credenciadas pela JMK. “Aguardamos as medidas judiciais cabíveis para termos acesso às movimentações financeiras e à composição societária destas empresas”, destacou o presidente da CPI, deputado Soldado Fruet.”Já temos indícios de várias irregularidades neste contrato e, na conclusão da CPI, vamos pedir que todos os envolvidos no esquema sejam responsabilizados?, afirmou.
OITIVAS
Também nesta terça foram realizadas novas oitivas. A primeira foi com a ex-secretária da Administração e Previdência, Marcia Carla Pereira Ribeiro, que esteve à frente da pasta entre junho e novembro de 2016.
Sobre o único aditivo assinado em sua gestão, Marcia Carla explicou que teve o objetivo de melhorar o controle dos veículos parados à espera de conserto. “Esse sistema não constava do contrato original. Após o aditivo, a morosidade caiu de 45 para 10 dias”, citou, negando ter participado de reuniões com representantes da JMK. “Só tive um contato visual com o Aldo [apontado pela Polícia Civil como sócio oculto da JMK] enquanto ele esperava uma reunião no Deto”, respondeu.
Questionada sobre falhas no contrato, a ex-secretária informou que chegou a preparar o termo de referência para o lançamento de uma nova licitação com critérios diferentes de verificação de preços. “Deixei o modelo pronto para uma nova licitação, que não foi lançada, pois não podia rescindir o contrato sem enorme prejuízo ao Estado”, alegou.
Segundo interrogado, o ex-diretor do Deto (Departamento de Gestão do Transporte Oficial) e engenheiro automotivo Lucas Augusto Ribeiro Caetano, relatou que foi indicado pela ex-secretária da Administração Dinorah Nogara para compor uma equipe técnica responsável por projetos financiados pelo Banco Mundial.
Contou que assumiu temporariamente o cargo, mas permaneceu na Seap por quatro anos. Segundo Lucas, no período em que foi diretor o contrato com a JMK estava em fase de implantação. Também confirmou ter se reunido com representantes da JMK, entre eles o sócio oculto Aldo Marchini.
Hoje (10) a CPI ouviria o ex-secretário estadual Fernando Ghignone e Cesar Ribeiro Ferreira, também ex-diretor do Deto, mas a reunião foi cancelada de última hora.
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