CORRUPÇÃO JÁ SANGROU R$ 4,1 MILHÕES NA CÂMARA DE CURITIBA, DIZ GAZETA DO POVO
O escândalo de desvio de dinheiro público, que vem sendo investigado pela Polícia Federal e o Ministério Público do Paraná, não é restrito a Assembléia Legislativa. A equipe de reportagem da Gazeta do Povo levantou que o rombo provocado na Câmara de Vereadores de Curitiba, sob a batuta do presidente João Cláudio Derosso (PSDB), é bem maior. Pelo menos R$ 4,1 milhões já foram desviados na Casa de Leis da capital paranaense. Veja o que diz o diário em sua edição desta segunda-feira (14).
“Na Câmara de Curitiba o prejuízo ao erário é bem maior: R$ 4,1 milhão. Só na denúncia contra o vereador Custódio da Silva (PR), o MP requer a devolução de R$ 3,2 milhões – dinheiro público que teria sido desviado por Custódio ao nomear funcionários fantasmas para o gabinete. O vereador foi condenado recentemente a 9 anos de prisão. Nas outras três ações, todas envolvendo funcionários fantasmas, os réus são os vereadores Elias Vidal (PP) e Paulo Frote (PSDB) e a ex-vereadora Jane Tereza Rodrigues. O MP entrou com uma ação na Justiça contra Vidal exigindo a devolução de R$ 210 mil; R$ 320 mil de Frote e R$ 376 mil de Jane. Os quatro processos ainda tramitam na Justiça de Curitiba.
Na avaliação do procurador de Justiça Moacir Gonçalves Nogueira Neto, que coordena o Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Proteção ao Patrimônio Público e da Ordem Tributária do MPE, essas ações mostram que o Ministério Público do Paraná tem atuado de forma a inibir a prática de crime contra o erário. Entretanto, Neto lista uma série de obstáculos que acabam por dificultar o trabalho dos promotores e retardar a proposição de ações.
“O MPE, por exemplo, não tem acesso direto ao sigilo – seja telefônico, bancário e fiscal – e a quebra é fundamental para o sucesso das investigações”, relata o procurador. “Hoje há um déficit de pessoal, principalmente auditores e promotores, no quadro do MP, mas a tendência é que essa deficiência seja sanada no próximo semestre. Além disso, convivemos com a limitação orçamentária que nos cria mais uma barreira”, conclui Neto”.
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