O grupo Galvão está concluindo as negociações para a venda dos ativos de energia eólica para a Copel (Companhia Paranaense de Energia), que já é sua sócia nos projetos existentes. Segundo o jornal Valor, a operação gira em torno de R$ 200 milhões.
Os ativos em questão correspondem a quatro parques eólicos no município de São Bento do Norte, no litoral do Rio Grande do Norte. O empreendimento conta com 47 aerogeradores e tem potência instalada de 94 megawatts (MW). A conclusão da obra e a entrada em operação estão previstas para o segundo semestre deste ano. De acordo com informações do grupo Galvão, os investimentos no projeto têm valor aproximado de R$ 400 milhões, dos quais 70% são financiados pelo BNDES.
A Copel já havia comprado, em junho de 2011, uma participação de 49,9% nos parques eólicos Farol (com 20 MW), Olho d´Água (30 MW), São Bento do Norte (30 MW) e Boa Vista (14 MW) da Dreen Brasil Investimentos e Participações, holding de energia do grupo Galvão. Naquela ocasião, a fatia remanescente de 50,1% permaneceu com a própria Dreen. Com a operação em curso, o projeto passará a ser totalmente controlado pela estatal.
Conforme dados disponíveis no site da Copel, a produção do parque já foi comercializada por meio de contratos com 20 anos de duração no leilão realizado em 2010 pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). O faturamento esperado dos empreendimentos é de R$ 50 milhões por ano.
Segundo fontes do mercado, as negociações para a venda desses ativos ocorriam paralelamente às tentativas fracassadas do grupo Galvão de encontrar um comprador para a CAB Ambiental, responsável pelo setor de saneamento.
O grupo, que tem origem na engenharia e na construção pesada, já ensaia há algum tempo levantar caixa e reduzir sua alavancagem. Nos últimos anos, a Galvão tentou diversificar as operações e passou a operar nas áreas de saneamento, energia, óleo e gás e arena esportiva, além de mostrar interesse em concessões como de aeroportos e no projeto do trem de alta velocidade (TAV).
Agora, o grupo já sinaliza um novo rumo. O objetivo é voltar a se concentrar nas áreas de construção e engenharia e tentar reduzir a exposição a setores que não são essenciais para o faturamento – e nos quais a Galvão tem menor capacidade competitiva.
No caso da Copel, fontes afirmam que a compra dos parques eólicos faz sentido para a estatal. A Copel não aceitou renovar antecipadamente a concessão de três hidrelétricas, que serão entregues à União em 2015. Juntas, elas têm capacidade de produção de 261 MW. É esperado agora que a companhia invista em projetos de geração para substituí-las. A estatal paranaense também negocia a aquisição de uma participação acionária na hidrelétrica Baixo Iguaçu, cuja concessão foi arrematada em 2008 pela Neoenergia, além de ter manifestado interesse na compra das distribuidoras do grupo Rede Procurados, Copel e grupo Galvão não se manifestaram sobre o assunto.
A fornecedora das turbinas para os parques da Galvão é a dinamarquesa Vestas. No ano passado, a empresa foi descredenciada pelo BNDES por não cumprir com os índices de nacionalização exigidos.
Com informações do jornal Valor Economico
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