A abordagem de um usuário do Sistema Único de Saúde (SUS) provocou um contratempo e por pouco não acabou com a visita que o governador Roberto Requião (PMDB) e o prefeito Paulo Mac Donald Ghisi (PDT) fizeram na manhã desta quinta-feira (12) ao Hospital Municipal de Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná.
O cidadão, visivelmente emocionado, reclamou ao prefeito que recentemente sua mãe morreu por falta de assistência de saúde. Após o incicente Requião e Mac Donald seguiram junto para um almoço em local ainda não divulgado.
Secretaria da Saúde responde à queixa de usuário
Em razão de um incidente ocorrido na manhã de ontem, em que um morador da cidade procurou o governador Roberto Requião apresentando reclamações de que sua mãe não teria sido bem atendida – o que teria resultado em sua morte – a Secretaria Municipal de Saúde enviou uma nota às redações.
Diz a nota que “em relação à queixa apresentada pelo senhor Ariel Dido Jacquemin” – também protocolada na Ouvidoria da 9ª Regional de Saúde – o caso envolve a paciente Angelina Rodrigues Machado, 61 anos, e “será devidamente apurado por meio de uma rigorosa sindicância e se constatada qualquer irregularidade os responsáveis serão submetidos a processo administrativo”.
Conforme o texto, a senhora com histórico de diabete e obesidade, inicialmente foi atendida no serviço de urgência do Hospital Municipal (pronto atendimento) em 13 de fevereiro, com dor abdominal. Medicada, ela acabou liberada.
No dia seguinte, ela retornou apresentando vômito e foi novamente medicada. Foram solicitados exames. Mesmo sem alterações, foi orientada a aguardar no pronto atendimento, “mas a família resolveu levá-la para casa até sair o resultado do exame”.
No retorno, ela foi mais uma vez medicada, diz a nota, e mantida em observação enquanto foram feitos exames, como ultra-sonografia de abdome, que apontaram imagem sugestiva de hérnia em parede abdominal, peri-umbilical”. “Para surpresa da equipe médica, após tomar conhecimento do diagnóstico, a família por conta e risco retirou a paciente do serviço público, informando que a levaria para o serviço particular”, diz o texto. Na liberação, expedida às 21 horas de 15 de fevereiro, a nora da paciente assinou uma declaração, isentando a equipe médica e o hospital de responsabilidades. “Na queixa, o próprio filho Ariel informa que a paciente foi levada ao Hospital Costa Cavalcanti, onde passou por uma cirurgia de ‘hérnia encarcerada’, ficando internada na UTI, tudo pelo serviço particular, onde faleceu em data de 6 de março, ou seja, 19 dias após ser retirada do serviço público”, consta na mensagem.
A nota se encerra com a afirmação de que a família declara não ter condições de pagar a dívida com o hospital particular, de mais de R$ 100 mil, e requer o pagamento pelo SUS, “o que é impraticável”. (NF)
(publicado na gazeta do iguaçu 13/03/09)