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Contratação de aprendizes cresce 47% em 2021, mas cota legal ainda está longe de ser preenchida

O primeiro trimestre do ano, foram criados 43.574 postos de trabalho para aprendizes no Brasil. Apesar disso, menos da metade das cotas são preenchidas

Dados do CAGED, do Ministério da Economia, mostram que entre janeiro e março deste ano foram criados 43.574 postos de trabalho para aprendizes no Brasil, crescimento de 47% em relação ao mesmo período do ano passado

A evolução se dá depois de uma queda brusca observada ao longo de todo o ano de 2020, quando foram encerrados 86.895 empregos na modalidade.

Assim como no Brasil, no Paraná também houve acréscimo: o saldo é de 2.421 novos empregos. Apenas em Curitiba, capital do Estado, foram 416.

De acordo com a coordenadora da GERAR nas regiões de Blumenau e da Grande Florianópolis, em Santa Catarina, Suzane Imbrunisio, o ano passado foi um período de superação de desafios e adaptações às rápidas mudanças que aconteceram na economia, devido à pandemia. A atuação da entidade teve bastantes atendimentos e orientações. Mas ela afirma que em 2021 a realidade já é outra e se iniciou com muitas empresas parceiras voltando a contratar aprendizes. “Além disso, estamos com novas parceiras, está sendo uma retomada lenta, mas crescente”.

Mas apesar da recuperação, outro dado, da Secretaria de Inspeção do Trabalho, do Ministério da Economia, mostra que mais da metade da cota destinada a aprendizes não é preenchida.

No Paraná, das 58.244 vagas reservadas a jovens aprendizes, apenas 23.698 foram preenchidas, o equivalente a 41%.

Um dos motivos para o baixo preenchimento de vagas, conforme o presidente da GERAR, Francisco Essert, é a falta de informações sobre a lei. “Algumas empresas desconhecem. Já outras, esperam ser fiscalizadas para passar a cumprir. E há ainda aquelas que estão com dificuldades financeiras por causa da pandemia. Mas apesar disso tudo, seguimos colocando muitos aprendizes no mercado”.

Por lei, toda empresa que tem mais de 7 funcionários é obrigada a ter aprendiz – jovens entre 14 e 24 anos que precisam estar vinculados a uma instituição formadora. “Se todas as empresas cumprissem essa lei, teríamos mais de 1 milhão de adolescentes e jovens na aprendizagem”.

Jovens

Gabriel Kinap Stoco, 17 é um dos jovens que conseguiu oportunidade através do programa neste ano. Ele fez o programa de formação na GERAR já comemora o primeiro registro em carteira. Gabriel conseguiu o primeiro emprego numa empresa de metais sanitários e afirma que o salário será bem-vindo e ajudará a família. “Profissionalmente, é muito bom. E também vai ajudar bastante em casa”.

Abril também foi um mês de vitória para Amanda Luiz Marcon, 20 anos. O primeiro emprego com carteira assinada, enfim, chegou. Ela conseguiu uma colocação como aprendiz em uma empresa de água mineral, em Campo Largo-PR, cidade na qual reside.

Amanda estuda 4 horas por dia na plataforma disponibilizada pela entidade em que estuda, rotina que será cumprida até concluir a formação e ingressar na empresa. Mesmo depois disso, ela ainda terá acompanhamento uma vez por semana na instituição.

A jovem, que também é universitária, destaca que o programa Aprendiz Legal é uma excelente oportunidade para introduzir o jovem no mercado de trabalho. Mas, mais que isso, é uma formação humana. “Às vezes, não nos expressamos direito ou não temos local de fala. Recebemos formação sobre o comportamento dentro da empresa, postura, relacionamento interpessoal, direitos e deveres”.

Empresa

Para as empresas, contar com um jovem aprendiz é uma vantagem que vai além da obrigação legal. É o que confirma a gestora administrativa da filial de uma rede de departamentos, Priscila Jankovic Walderramos.

A filial possui 2 aprendizes em seu quadro, cumprindo a cota legal. A gerente salienta que o programa de aprendizagem é uma forma de o jovem se desenvolver como ser humano, além de crescer profissionalmente.

“A loja ganha, sim, com o programa aprendiz, pois quando o jovem inicia eles estão super empolgados com o primeiro emprego. Os jovens da geração Z, pela facilidade que já tem com tecnologia e a rapidez com que eles absorvem informação, contribuem para o ambiente de trabalho, tanto com ideias quanto com o seu talento. E a empresa tem a grande responsabilidade em capacitar corretamente esse jovem. Caso esse jovem seja efetivado, a empresa já irá contar com um funcionário treinado”.

Por Guilherme Bittar
Foto Divulgação