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Conta outra André Vargas. Vice da Câmara e Youssef são réus em Londrina

vargas yusseff

Por vias diferentes e sem comprovação de que estivessem juntos, mas em um episódio repleto de coincidências, o deputado federal André Vargas (PT-PR) e o doleiro Alberto Youssef acabaram como réus do caso AMA/Comurb, o escândalo de corrupção ocorrido na Prefeitura de Londrina no fim dos anos 1990 e que resultou na cassação do mandato do então prefeito Antonio Belinati. Atualmente, os dois estão envolvidos em um barulhento e obscuro episódio sob investigação da Polícia Federal.

Em janeiro passado, Vargas, vice-presidente da Câmara Federal, viajou de férias para João Pessoa (PB) em um avião cedido gratuitamente por Youssef e o doleiro foi preso em março na Operação Lava Jato. As informações são do Jornal de Londrina.

O deputado é acusado de receber R$ 10 mil de Cassimiro Zavierucha, considerado o operador do caixa dois de Belinati para a campanha eleitoral do hoje ministro Paulo Bernardo, na época candidato à reeleição como deputado federal. O doleiro é acusado de “lavar” um cheque de R$ 120 mil em uma conta aberta no Banestado em nome de uma empresa “fantasma” criada com documentos falsos, a Freitas & Dutra. Nos dois casos, a origem do dinheiro foi o pagamento por serviços não prestados que foram contratados mediante licitações fraudulentas na antiga Autarquia Municipal do Ambiente (AMA), atual Secretaria Municipal do Ambiente (Sema).

As duas licitações foram vencidas pela mesma empresa, de propriedade do empresário Cláudio Menna Barreto, também réu nas duas ações. O pagamento pelos serviços não realizados nos dois contratos saiu em 1º de novembro de 1998. A AMA era presidida por Mauro Maggi, que foi indicado para o cargo pelo ex-deputado federal José Janene (PP), morto em 2010, que foi réu do mensalão do PT.

As coincidências param por aí: na ação proposta pelo MP em 2002, Vargas foi absolvido da acusação de improbidade administrativa, mas condenado a devolver solidariamente os R$ 10 mil que recebeu. O hoje ministro Paulo Bernardo, também denunciado, foi excluído da ação.

Já Youssef tornou-se réu em uma ação proposta pelo Ministério Público em 2000. Quase 14 anos depois, a ação penal que tramita na 4ª Vara Criminal de Londrina se movimentou na última terça-feira, dia 1º de abril, quando o juiz decidiu convocar audiência para ouvir testemunhas. A data da audiência é 6 de outubro. De 2014.