A previsão de tempo bom poderá trazer até 800 mil pessoas para as praias no próximo final de semana, mas os maiores lucros deverão ficar com concessionárias que exploram os gargalos no transporte: Ecovia e Travessia de Guaratuba. A análise é da Associação de Hotéis, Pousadas, Restaurantes, Casas Noturnas e Similares do Litoral Paranaense (Assindilitoral).
De acordo com a associação, a empresa que explora o ferry boat na baía de Guaratuba deve ter arrecadado mais de meio milhão de reais apenas no final de semana do Ano Novo, “um recorde”, segundo a Assindilitral. A entidade não faz uma estimativa das receitas da concessionária Ecovia, da BR 277, mas os valores são muitas vezes superiores.
A Assindilitoral aponta que as tarifas do pedágio (R$ 13,90) e das balsas (R$ 5,50) encarecem uma viagem ao litoral em R$ 19,40 – R$ 38,80 ida e volta.
Pelo menos no caso da Travessia de Guaratuba, o lucro não resultou em melhora no serviço. Segundo os empresários, nos dias de maior movimento, a demora no embarque foi superior a duas horas.
Garuva-Guaratuba é o trecho mais complicado
A Assindilitoral aponta também o maior gargalo rodoviário em todo o litoral: o trecho de Garuva a Guaratuba. No retorno do fnal de ano, a exustência de um sinaleiro no início da rodovia SC-412 – que também é a principal rua comercial de Garuva – contribui para formar uma fila que começa na BR 101 e atinge toda a exensão da rodovias SC-412 e ainda a PR-412 até Guaratuba, num total de aproximadamente 36 quilômetros.
Fora a obra de duplicação das rodovias, que exigiria uma coordenação entre Paraná e Santa Catarina e levaria, a entidade lembra da promessa não cumprida da “assessoria do governador de que o próprio Beto Richa cuidaria cuidaria desta delicada situação”. Ou seja, firmar uma parceria entre as polícias militares dos dois estados pra organizar o trânsito, sbreturdo no trecho de Garuva.
“É lamentável que mais de 200 mil pessoas oriundas de Itapoá (SC) e Guaratuba demorem em média 6 horas para retornar a Curitiba em filas debaixo de chuva ou com muito sol e calor como aconteceu na segunda-feira (2)”, afirma o presidente da Assindilitoral, José Carlos Chicarelli. “O litoral continuará sendo alvo de criticas e perderá turistas”, comenta. Com o acesso congestionado, “muita gente teve a mesma ideia retornar pela 277”, amplificando a ineficiência do ferry boat e umentando o lucros da Travessia de Guaratuba e da Ecovia.
2ª região mais populosa
A Assindilitoral destaca que o movimento nos finais de semana de janeiro transformam a região litorânea na segunda mais populosa do estado, perdendo apenas para Região Metropolitana de Curitiba: são cerca de 1 milhão de pessoas somando com população local. “Por isto a importância de o Governo do Estado garantir todas as ações no nosso litoral”, diz Cicarelli, que elogia a segurança “nota 10” promovida pelo reforço no policiamento.
Outros pontos positivos apontados pela Assindilitoral dizem respeito apenas ao bom movimento dos turistas e ao faturamento para hotéis, restaurantes e até para os vendedores ambulantes.
Dos pontos negativos, apenas um não tem a quem apontar responsabilidade: o tempo chuvoso no último final de semana de 2011. Os maiores são, direta ou indiretamente, de responsabilidade do poder público: trânsito caótico nas cidades e filas intermináveis em direção ao ferry boat.