CONCESSIONÁRIA QUER PEDÁGIO URBANO EM CURITIBA, DENUNCIA FÓRUM POPULAR
O líder do Governo na Assembleia Legislativa, deputado Luiz Claudio Romanelli (PMDB), condenou nesta quarta-feira (27) a Autopista Planalto Sul por manter a cobrança de pedágio às três mil famílias, mais de 10 mil pessoas, isoladas pela praça de pedágio na BR-116 entre as cidades de Mandirituba e Fazenda Rio Grande, na região metropolitana de Curitiba.
"Mesmo depois de encaminhadas as reivindicações, da manifestação na segunda-feira (25) e da audiência pública na Câmara de Vereadores de Mandirituba na terça-feira (26), os representantes da concessionária afirmam que não têm autonomia para isentar as três mil famílias e que a isenção não está prevista no contrato. Isso é mais um absurdo. É claro que há condições de isentar as mais de 10 mil pessoas que estão isoladas entre as duas cidades", disse Romanelli.
PEDÁGIO URBANO – Na audiência, segundo o Fórum Popular contra o Pedágio, o representante da Autopista Planalto Sul, Arthur Vasconcelos Neto, fez questão de reforçar a posição da concessionária de não abrir mão da arrecadação, que segundo ele, servirá para futuras obras que não constam no contrato e citou construção de uma trincheira e a duplicação da rodovia até Curitiba.
"Isso é mais grave ainda porque a concessionária demonstra, com a duplicação da rodovia, a vontade de instalar mais uma praça e cobrar o pedágio no perímetro urbano de Curitiba. Será a primeira implantação do pedágio urbano no país", disse Acir Mezzadri, coordenador do fórum popular que acusou os representantes da concessionária de abandonarem a audiência ainda no seu início.
JURISPRUDÊNCIA – "Os representantes do pedágio tentam desmobilizar a população com a desinformação e o abuso do poder econômico. Isso não vai adiantar, pois a população das duas cidades está consciente de que a praça é irregular. Temos jurisprudência que vai amparar essa luta", lembra Romanelli ao citar as praças de Jacarezinho fechadas por decisão da Justiça Federal, em duas instâncias, e que a concessionária Econorte foi obrigada reembolsar o pedágio cobrado irregularmente.
Romanelli rebateu ainda as afirmações dos representantes do pedágio na audiência de que o problema não é o pedágio e sim dos empresários locais que não sabem administrar seus negócios com a instalação da nova praça. "Isso é uma afronta. Muitos empresários terão de fechar suas portas e demitir funcionários devido a sangria que o pedágio causa em suas finanças, abalando todo o setor produtivo. Precisamos nos mobilizar e impedir que nossos trabalhadores sejam sacrificados", completou.
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