Comunidade indígena participa de audiência pública em Brasília
A Associação Comunitária Indígena da Reserva Oco’y de São Miguel do Iguaçu vai representar a Tríplice Fronteira nos eventos de Brasília
O cacique Simão Tupã Reta Vilialva da aldeia indígena Santa Rosa do Oco’y de São Miguel do Iguaçu e o professor Antonio Cabrera (Tupã Ñembo’agueravyju) da Associação Comunitária Indígena da Reserva Oco’y de São Miguel do Iguaçu vão representar as aldeias indígenas da Tríplice Fronteira na audiência pública “Guarani Transfronteiriços: políticas públicas e cidadania” e na reunião “Direitos Humanos e Políticas Públicas – a questão Kaiowá”, de 28 a 30 deste mês em Brasília.
Esses eventos foram criados pela própria Associação Comunitária Indígena da Reserva Oco’y de São Miguel do Iguaçu em parceria com a 6ª Câmara do Ministério Público Federal (de índios e minorias) de Brasília, em função da visita à aldeia do subprocurador Eugênio Aragão, integrante do Ministério Público Federal. “O Aragão veio pessoalmente e viu os problemas vividos pela comunidade indígena de São Miguel do Iguaçu e, a partir desta visita in loco, partiu para ação, criando este evento para mostrar ao mundo como os guaranis vivem e são tratados nesta região”, observa o professor Cabrera.
Durante a audiência pública será assinado um convênio entre a Associação Indígena de São Miguel do Iguaçu e a 6ª Câmara do MPF, com o objetivo de buscar soluções para os indígenas da região da Tríplice Fronteira (Brasil, Paraguai e Argentina). Outro objetivo é formatar um roteiro de visitas às aldeias da região para recepcionar uma comissão européia formada por membros de órgãos públicos e empresários e representantes do Ministério Público Federal e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). “Esses investidores europeus vêm a Foz do Iguaçu com intuito de estudar a região e buscar alternativas para aplicar recursos nos setores turístico e social envolvendo os indígenas desta região. Lá na Europa a cultura guarani é muito valorizada”, justifica o professor Cabrera.
Iniciativa – Na visita que fez à Câmara Municipal de Foz do Iguaçu, Cabrera revelou que a participação da comunidade indígena nesses eventos em Brasília, só está sendo possível graças à iniciativa que os vereadores da Casa de Leis tiveram em abril do ano passado quando, a convite do cacique Simão Tupã Reta Vilialva, foram conhecer a realidade das aldeias de São Miguel e de Diamante do Oeste. “A Câmara deu o pontapé inicial visitando as aldeias e, desde então, a comunidade indígena começou a ser respeita”.
Parceria – Em fevereiro deste ano a Escola Rural Municipal Indígena Avá Guarani do Oco’y de São Miguel do Iguaçu assinou um protocolo de colaboração com o Instituto de Educação Superior Ateneu de Língua e Cultura Guarani, com sede em Assunção (Paraguai) e com a Faculdade União das Américas de Foz do Iguaçu. A proposta, elaborada por Antonio Cabrera, que também é aluno de História da Uniamérica, tem como objetivo criar a universidade guarani da Tríplice Fronteira, inserir a disciplina guarani na rede pública de ensino, criar uma pós-graduação de licenciatura guarani e criar um livro didático com o nome “Livro das Américas – Universalização do Guarani”.
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