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Compra de refinaria não foi bom negócio, diz Graça Foster sobre Pasadena

graca foster

A presidente da Petrobras, Graça Foster, afirmou nesta terça-feira (15) em audiência no Senado que não há operação de compra 100% segura no mercado de petróleo. “Não existe compra 100% segura nas atividades de petróleo e gás.” Ela reconheceu ainda que a transação “definitivamente não foi um bom negócio”. As informações são do UOL Notícias.

A declaração foi dada na exposição inicial da executiva sobre a compra da refinaria de Pasadena no Texas (EUA), em 2006, pela Petrobras. Suspeita de ter representado um prejuízo milionário, a aquisição da unidade pela Petrobras tem sido alvo de investigações em diferentes órgãos, como o Ministério Público e a Polícia Federal.

Foster foi convidada a prestar esclarecimentos em audiência na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado em tentativa do governo de tirar o foco da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que deve ser criada sobre o assunto.

Questionada pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR), Graça afirmou que a compra de Pasadena não foi um bom negócio. “Não há como reconhecer na presente data que tenha sido um bom negócio.”

A presidente da Petrobras afirma que a orientação na época da compra era de expansão dos mercados da Petrobras na área de óleo pesado. Segundo a executiva, a refinaria de Pasadena seria usada para agregar valor ao óleo pesado, mais barato no mercado.

Segundo Foster, o Conselho de Administração da Petrobras aprovou a aquisição de Pasadena sem ter informações sobre as cláusulas de “Put Option” e “Marlim”, que teriam gerado prejuízo à empresa. Graça afirmou que o resumo executivo sobre a refinaria de Pasadena apresentado não fazia referência à obrigatoriedade de comprar os outros 50% da refinaria posteriormente.

A versão dada por Foster aos senadores condiz com as explicações da presidente Dilma. Então ministra da Casa Civil, Dilma aprovou a compra de 50% da refinaria de Pasadena quando presidente do Conselho de Administração da Petrobras, em 2006. Em 2005, um ano antes de a Petrobras decidir fazer o negócio, a empresa de origem belga Astra Oil havia comprado a refinaria por US$ 42,5 milhões.

Dilma admitiu publicamente ter autorizado a compra com base num documento “tecnicamente falho” e que, se soubesse de todas as cláusulas, certamente não a teria aprovado.

Graça também afirmou que a aquisição de 50% da refinaria de Pasadena aconteceu antes da crise econômica mundial e diz que não era possível prever naquele momento o declínio da economia.