O FHC não esquece o Lula nem mesmo quando o assunto trata das decisões internas de seu partido. Parece guardar rusgas pelo próprio ego ferido politicamente. Logo após os resultados das prévias do PSDB, que elegeram José Serra candidato à prefeitura de São Paulo, Fernando Henrique disparou: “No PT, é tudo imposição. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai lá e manda: ‘Vai ser a Dilma Rousseff. Vai ser o Fernando Haddad.’ E foi. Deixou de funcionar democraticamente como no passado”.
Ora, Lula e o PT têm uma relação intrínseca, histórica e de respeito. Há, ainda por parte da presidenta, Dilma, o pleno respeito e a consideração pelas posições políticas de Lula. Enquanto o PT demonstra união e convergência de ideias e pensamentos, o PSDB de FHC, pelo menos em São Paulo, parece bastante desagregado. Prova disso foi o resultado das prévias, em que Serra obteve 52%, numa eleição de baixa participação dos correligionários. FHC tenta esconder o racha no PSDB em São Paulo, apontando um fator de união partidária no PT e de respeito a figura emblemática de Lula, que deveria, sim, ser considerada positiva e esmerada.