Região da tríplice fronteira foi palco da chacina de Medianeira e de outras violações de direitos humanos de brasileiros e estrangeiros que resistiam a ditaduras da região
A Comissão Nacional da Verdade e a Comissão Estadual da Verdade do Paraná realizam no próximo dia 27, a partir das 8h30, na Câmara Municipal de Foz do Iguaçu audiência pública para ouvir vítimas e testemunhas de graves violações de Direitos Humanos ocorridas na região da tríplice fronteira durante a ditadura militar.
A sessão será presidida por Rosa Cardoso, coordenadora da CNV, e o presidente da Comissão Estadual da Verdade do Paraná, Pedro Bodê. Os depoimentos serão conduzidos por Rosa e pelo membro da CNV José Carlos Dias, co-coordenador do grupo de trabalho Graves Violações de Direitos Humanos (mortos, desaparecidos e tortura), com a participação dos membros da CEV-PR.
O evento será aberto solenemente pela Secretária de Justiça do Paraná, Maria Tereza Ulle Gomes. A audiência pública terá a participação e o apoio da Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos e da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça.
As oitivas começarão às 9h, com uma apresentação do presidente do Centro de Direitos Humanos e Memória Popular de Foz do Iguaçu, jornalista Aluizio Palmar, autor do livro “Onde foi que vocês enterraram nossos mortos?”, sobre a chacina de Medianeira, ocorrida em 1974. Após a apresentação serão ouvidas duas testemunhas e um agente que participou do crime, ocorrido na estrada do Colono, no interior do Parque Nacional de Foz do Iguaçu.
O massacre (saiba mais sobre o caso assistindo este vídeo da audiência pública da CNV em Curitiba: http://www.youtube.com/watch?v=4OJYqeSdwBw&feature=youtu.be) contou com a participação de um agente colaborador que atraiu cinco militantes da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) _Onofre Pinto, os irmãos Daniel e Joel de Carvalho, José Lavecchia e Victor Ramos_ e o argentino Enrique Ruggia, para uma emboscada montada pelo Exército no interior do Parque Nacional.
No local, cinco deles foram mortos. Ex-sargento do Exército Brasileiro, Onofre Pinto foi levado vivo e foi torturado em Foz até a morte. Seu corpo, vilipendiado, foi jogado numa área hoje coberta pelo lago de Itaipu.
Às 14h a audiência será retomada para tratar do caso do sequestro dos exilados paraguaios no Brasil, Rodolfo Mongelos, Anibal Abbate Soley, Cesar Cabral e Alejandro Stumpfs sequestrados em Foz e conduzidos até um sítio em Goiás, onde foram torturados. As vítimas farão o seu relato no evento.
Às 16h, a audiência prosseguirá com a oitiva de três vítimas de prisões e torturas no Batalhão do Exército de Foz do Iguaçu. Um agente do período foi convocado.
No dia 28 pela manhã, também na Câmara de Vereadores de Foz, caso não seja possível cumprir toda a agenda no dia 27, será ouvido o coordenador do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, Jair Krischke, que falará sobre a Operação Condor. Em seguida, haverá uma exposição do antropólogo Ian Parker sobre violações de Direitos Humanos de indígenas da etnia Avá-Guarani.
Ao final do evento está prevista uma visita ao 34º Batalhão de Infantaria Motorizada e à pedra fundamental do Memorial da Resistência.
SERVIÇO:
O quê: Audiência Pública da Comissão Nacional da Verdade e da Comissão Estadual da Verdade do Paraná em Foz do Iguaçu
Quando: 27 e 28 de junho de 2013
Horário: 8h30 às 20h (dia 27) e 8h30 às 12h30 (dia 28)
Local: Câmara Municipal de Foz do Iguaçu
Endereço: Travessa Oscar Muxfeldt, 81, Centro – Foz do Iguaçu – PR
Transmissão ao vivo: TV – TVE do Paraná
Internet – http://www.twitcasting.tv/CNV_Brasil
Comissão Nacional da Verdade
Assessoria de Comunicação
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