O deputado federal Filipe Barros (PSL), um dos quatro novos integrantes da Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, afirmou que, a partir de agora, o grupo de trabalho deixará de “distorcer a história”. As informações são de Daniel Salgado na Época.
Na avaliação de Barros, a comissão era direcionada por “ideologia” e voltada apenas para a investigação da ação do Estado durante a repressão da ditadura militar, sem levar em consideração o que classifica como os atos de “grupos terroristas”.
A decisão de substituir quatro dos sete integrantes da comissão ocorreu uma semana após o colegiado declarar que a morte do pai de Felipe Santa Cruz, atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), foi causada pelo Estado brasileiro. O documento ganhou visibilidade após Bolsonaro afirmar, sem apresentar provas, que Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira foi morto pelo grupo de esquerda do qual fazia parte.
Criada em 1995, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, a comissão tem como objetivo reconhecer desaparecidos em decorrência de atividades políticas entre 1961 e 1979, período que vai da ditadura militar (1964-1985) até o ano de promulgação da Lei da Anistia.
Em entrevista a ÉPOCA, Barros comentou a atuação da Comissão que passou a integrar, os comentários do presidente Jair Bolsonaro sobre a morte de Fernando Santa Cruz e o que pretende fazer para que todos possam ter respeitados seus direitos à memória e à verdade. “Não podemos colocar na balança e dizer que determinadas vidas valem mais do que as outras”, argumentou. “Para mim, isso é uma afronta.”
Como o senhor analisa o trabalho da comissão de mortos e desaparecidos até o momento?
Só terei uma opinião clara sobre o que foi feito nos anos anteriores quando tomar conhecimento dos documentos. Mas, com base no noticiado pela imprensa, tenho uma impressão preliminar: a Comissão tem um papel importantíssimo para a democracia, assim como teve em outros países como a Argentina e o Chile. O importante é destacarmos que apenas uma parte das vítimas teve oportunidade, ao que me parece, de ser foco da Comissão no passado.
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