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Com medo de dengue, prefeituras reforçam combate e até cancelam carnaval

Após o governo do Estado decretar estado de alerta no Paraná para o combate e controle do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue e de outras doenças, como a chikungunya e a zika, com 149,53 casos confirmados de dengue por 100 mil habitantes, as prefeituras com mais registros da doença também tomam providências mais radicais. A Prefeitura de Porto Rico, no noroeste do Paraná, que contabiliza 75 casos de dengue decretou situação de emergência na saúde pública. Por causa disso, todos os eventos programados para ocorrer nas áreas públicas no município nos próximos três meses serão suspensos. A programação de carnaval foi a primeira a ser cancelada. A cidade é uma das 62 com mais de 300 casos para cada 100 mil habitantes (veja a lista abaixo).

O decreto vai permitir que a prefeitura execute o Programa Municipal de Combate e Prevenção à Dengue para reduzir o número de focos do mosquito e reforce equipes para atender os doentes. Uma das festas cancelada é o “Carnaval Automotivo”, que estava previsto para ser realizado dos dias 22 a 24 de fevereiro. O evento reuniria carros com equipamentos de som potentes às margens do Rio Paraná. Segundo a Secretaria Municipal de Turismo, o cancelamento evita a aglomeração de pessoas e o acúmulo de lixo pela cidade, o que pode aumentar os focos do mosquito. O decreto também determina que a Secretaria Municipal de Saúde poderá comprar bens e contratar obras ou serviços específicos para combater à dengue sem a realização de licitação. O documento libera a contratação de pessoal de forma temporária. Com o estado de emergência, a Procuradoria Geral do Município e a Secretaria Municipal de Obras poderão avaliar e respaldar a desapropriação ou demolição de imóveis abandonados que forem apontados como espaços proliferados do mosquito Aedes Aegypti.

A Prefeitura de Londrina, no norte do Paraná, vai contratar servidores temporários para reforçar as equipes de combate à dengue e também para ajudar no atendimento de pessoas que contraíram a doença. Serão contratados temporariamente 42 médicos, 50 auxiliares de enfermagem, quatro técnicos de análises clínicas e patologia, oito enfermeiros e 75 agentes de endemias. 

Maringá, na regão Noroeste, que registrou a morte de uma mulher de 58 anos, também intensificou as ações de combate ao mosquito Aedes aegypti nas últimas semanas.  Antes da comprovação da morte, na semana passada cinco UBS (Unidades Básicas de Saúde) já tinham ampliado o horário de atendimento até as 21h, para atender a comunidade com suspeita da doença. Um comitê de controle da dengue foi implantado para estabelecer as estratégias de controle da gestão com setores da sociedade.

62 cidades tem mais de 300 casos para cada 100 mil habitantes

No período da semana 31/2019 a 06/2020, dos 399 municípios do Paraná, 184 (46,1%) tiveram ocorrência de caso autóctone, com incidência variando de 13.189,66 a 0,83 casos por 100.000 habitantes. Os municípios com maior número de casos suspeitos notificados são Londrina (7.411), Foz do Iguaçu (5.287) e Paranavaí (4.327).

Sessenta e dois municípios do Paraná estão com mais de 300 casos de dengue para cada 100 mil habitantes. São eles: Quinta do Sol, Santa Isabel do Ivaí, Nova Cantu, Colorado, Floraí, Santa Inês, Ângulo, Uniflor, Douradina, Quatro Pontes, Barbosa Ferraz, Nossa Senhora das Graças, Alto Paraná, Florestópolis, Guaíra, Inajá, Tamboara, Juranda, Itaguajé, Paranacity, Paranavaí, Braganey, Engenheiro Beltrão, Sertaneja, São João do Caiuá, Santo Antônio do Caiuá, Ivaiporã, Peabiru, Porto Rico, Paranapoema, São Pedro do Paraná, Diamante do Norte, Cruzeiro do Oeste, Jacarezinho, Paraíso do Norte, Atalaia, Iretama, Lupionópolis, Nova Aliança do Ivaí, Mirador, Bandeirantes, Doutor Camargo, Jardim Alegre, Presidente Castelo Branco, Santa Fé, Guairaçá, Munhoz de Mello, Planaltina do Paraná, Porecatu, Godoy Moreira, Terra Rica, Jesuítas, Nova Aurora, Itaúna do Sul, Nova Londrina, Querência do Norte, Tupãssi, Indianópolis, Loanda, Uraí, Flórida, Cianorte.

Outras 100 cidades tem incidência de 100 a 300 casos para cada 100 mil habitantes: Brasilândia do Sul, São Carlos do Ivaí, Ourizona, Amaporã, Cruzeiro do Sul, Altônia, Santo Inácio, Leópolis, Umuarama, Ibiporã, Santa Mônica, Nova Esperança, Alto Piquiri, Xambrê, Maringá, Perobal, Fênix, Nova Olímpia, São Jorge do Ivaí, Miraselva, Andirá, Tapejara, Iguaraçu, Ivaté, Alto Paraíso, São Miguel do Iguaçu, Sarandi, Arapuã, Jataizinho, Ivatuba, Floresta, Londrina, Alvorada do Sul, Lindoeste, Rancho Alegre.

Já oitenta e sete cidades tem menos de 100 casos para cada 100 mil habitantes:  São Manoel do Paraná, Foz do Iguaçu, Lunardelli, Paiçandu, Icaraíma, Marechal Cândido Rondon, Centenário do Sul, São Pedro do Ivaí, Jussara, Bela Vista do Paraíso, Roncador, Astorga, Tuneiras do Oeste, Palotina, Medianeira, Marilena, Mandaguari, Guaraci, Pérola, Corbélia, Santa Cruz Monte Castelo, Itambé, Santa Tereza do Oeste, Santa Terezinha de Itaipu, Santo Antônio do Paraíso, Assaí, Guaporema, Mandaguaçu, Assis Chateaubriand, São João do Ivaí, Ubiratã, Rancho Alegre D’Oeste, Barra do Jacaré, Iporã, Anahy, Maria Helena, Tamarana, Cambé, Rondon, Itambaracá, Cornélio Procópio, Araruna, Missal, Campina da Lagoa, Figueira, Santa Mariana, Cafezal do Sul, Sertanópolis, Nova Fátima, Campo Mourão, Boa Esperança, Terra Roxa, Serranópolis do Iguaçu, Santo Antônio da Platina, Mariluz, Itaipulândia, Realeza, Marialva, Cafelândia, São Pedro do Iguaçu, Francisco Alves, Cidade Gaúcha, Santa Izabel do Oeste, Abatiá, Tomazina, Terra Boa, Cascavel, Matelândia, Japurá, Rolândia, Primeiro de Maio, Moreira Sales, Toledo, Cambará, Mamborê, Apucarana, Ampére, Chopinzinho, Santo Antônio do Sudoeste, Jandaia do Sul, Piraí do Sul, Santa Helena, Matinhos, Paranaguá, Prudentópolis, Francisco Beltrão e Arapongas.

Situação no Estado – São mais de 20 mil casos confirmados da doença no Paraná. De agosto de 2019 até agora são 13 mortos; 62 municípios em situação de epidemia e cerca de 65 mil notificações para a doença.  A Secretaria de Estado da Saúde divulgou na semana passada o novo boletim de infestação predial que apresenta o Levantamento de Índices Rápido para o Aedes aegypti, o LIRAa. O Paraná tem 331 municípios infestados, representando 82,96% do Estado.

No período de 2 de janeiro a 6 de fevereiro, dos 399 municípios do Paraná, 103 estão classificados em situação de risco de epidemia; 160 em alerta e 114 em situação satisfatória para o IPP (Índice de Infestação Predial). Os demais não enviaram informações ou não realizaram o monitoramento. O município com maior índice de infestação predial do Aedes aegypti é Terra Boa, na Região Noroeste do Estado, com 14,80% IPP por 100 mil habitantes.