Em plena campanha, Lira abriu-se às negociações e promete não vetar nenhuma proposta, da situação ou da oposição.
Apesar da escolha do presidente da Câmara dos Deputados ser apenas em fevereiro, a decisão do Supremo Tribunal Federal que impediu Rodrigo Maia de concorrer à reeleição antecipou as articulações. O debate das grandes pautas estacionou. Com a derrota, Maia e seus aliados tentam acumular forças para derrotar o emissário do bolsonarismo. A aposta do governo, por ora, é no deputado Arthur Lira, do PP de Alagoas, líder do Centrão.
Em plena campanha, Lira abriu-se às negociações. Em público, promete não vetar nenhuma proposta, da situação ou da oposição. Na prática, o deputado abrirá uma avenida para as pautas de Jair Bolsonaro represadas até agora.
Durante seu mandato, Maia impediu a simplificação do porte de armas, a regulação do ensino domiciliar, a imposição do Escola Sem Partido e uma restrição ainda maior ao aborto
Nos dois anos de governo, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, não conseguiu emplacar um projeto, uma ideia, de sua lavra. No início do mês, Guedes voltou a prometer nove privatizações no próximo ano, entre elas a dos Correios e da Eletrobras – cuja autorização depende dos parlamentares.
Lira poderia ainda ressuscitar a “MP da Grilagem”, que caducou no ano passado. Bolsonaro prometeu reapresentar a proposta, que facilita a regularização de terras públicas ocupadas em todo o Brasil. O maior impacto, contudo, é na Amazônia Legal, região que engloba os nove estados onde há vegetações amazônicas e 57 milhões de hectares de terra pública não designada no País.
Também ficaram longe do plenário projetos de sufocamento dos movimentos sociais, entre eles o fim da exclusividade da União Nacional dos Estudantes na emissão das carteiras estudantis. E de enfraquecimento dos meios de comunicação. Maia deixou caducar a MP que acabava com a exigência de as empresas de capital aberto terem de publicar anúncios em jornais impressos. E também levou o Congresso a derrubar o veto de Bolsonaro à desoneração da folha de pagamentos das empresas de mídia e de outros 16 setores da economia.
Foto/Facebook – Arthur Lira
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