Delações sem fim
As delações de executivos e dos proprietários da construtora Odebrecht, tornadas públicas na última semana, incendiaram o mundo político brasileiro. “Não sobrou pedra sobre pedra”, comentou um Bocudo, que acompanha atentamente o noticiário nacional. Nossas lideranças políticas, de todas as estaturas, foram atingidas em cheio. Do presidente Michel Temer ao ex-presidente Lula, de Aécio Neves aos próceres petistas. Para fechar o enredo, as listas do procurador-geral Rodrigo Janot e do ministro do STF, Edson Fachin, relator da Lava Jato, revelaram dezenas de políticos com e sem mandato, denunciados e em vias de serem denunciados.
Delações II
Se as delações da Odebrecht provocaram um terremoto no país, imagina quando virem à tona as delações da OAS, Camargo e Correia, CR Almeida, Andrade Gutierrez? “E quando chegar a vez de investigar os financiamentos liberados pelo BNDES?”, indaga leitor da coluna.
Curitiba sitiada
Há forte articulação no PT com os partidos de Centro, o que inclui o PMDB, à candidatura de Lula em 18. “Tudo sob a premissa de que só Lula teria a couraça grossa o suficiente para travar uma batalha campal contra a Lava Jato”, diz a coluna Painel da Folha de S. Paulo deste domingo, 16.
Sitiada II
Para o jornal paulista, a articulação está fora da alçada do PT. A “dinâmica que se desenha é de embate entre o ‘Partido da Lava Jato’ e o Lulismo”, diz o governador Flávio Dino (PCdoB-MA). “Há até uma data de lançamento desse confronto: 3 de maio, em Curitiba”, diz. Este é o dia em que Lula irá depor a Sérgio Moro.
Sitiada III
Aliados do petista querem marcar presença no dia do encontro entre Lula e Moro. Só do Paraná, são esperados 15 mil militantes. Há ainda caravana organizada pela Frente Brasil Popular, que contabiliza quatro ônibus saindo de Brasília e dez do Acre. O PT, porém, espera clima de tensão. Dirigentes da sigla acreditam que, assim como haverá claque pró-Lula, muita gente vai se mobilizar para hostilizar o petista e defender a Lava Jato.
Requião justifica
O senador Roberto Requião (PMDB-PR) tentou justificar a visita ao petista José Dirceu, condenado no Mensalão e réu nos casos de corrupção na Petrobras. Para Requião, não há nada de mais na visita e o senador acusa ainda os irmãos Marinhos, da Rede Globo, de noticiarem a visita. “Vou visitá-los na prisão”, disse Requião.
Malhação de Judas
No sábado (15) de aleluia, em tempos de delações, listas de Janot e Fachin, não faltou candidato a Judas para ser malhado.
Chavismo
Cinco pessoas morreram, dezenas ficaram feridas e 325 foram detidas na Venezuela, em manifestações opositoras que decorrem desde a semana passada contra a decisão do Supremo Tribunal de Justiça de limitar a imunidade parlamentar e assumir as funções do parlamento. As mortes estão a ser investigadas pelo Ministério Público venezuelano que confirmou que as últimas vítimas foram Miguel Colmenares de 36 anos de idade e um adolescente de 13 anos, que morreram durante manifestações no Estado venezuelano de Lara, a oeste de Caracas.