“Todos nós temos uma metade clara e outra escura. Eu me especializei em filmes de suspense e de horror porque sei contar esse nosso lado obscuro com sinceridade”.
A expressão analítica do diretor de cinema Dario Argento representa a essência da mostra e da exposição “L’ Oro di Argento”, alusiva ao produtor e escritor italiano, promovida pelo consulado geral da Itália de Curitiba.
Estreia – A mostra, inserida na programação da Semana da Língua Italiana no Mundo, estreia nesta terça-feira, 17, na Cinemateca de Curitiba e segue até o próximo dia 21 com várias atrações aos apaixonados pela sétima arte. “O evento homenageia este incrível diretor, produtor e roteirista italiano, conhecido por trabalhos que influenciaram o cinema de terror moderno”, disse o carioca Antonio Cava, produtor, escritor e curador da mostra.
“Dario Argento é chamado de Hitchcock (Alfred, também diretor) italiano. Seus filmes são perturbadores e de grande beleza visual. Sua versatilidade em dialogar com a morte e o sobrenatural extasia o expectador, que fica diante de uma experiência sensorial inesquecível”, destacou ainda Cava.
Abertura – Um coquetel de recepção amanhã (terça-feira, 17) a partir das 18h30, marcará a abertura da mostra e da exposição. Um pouco antes, às 15h, na Cinemateca de Curitiba, será exibido o filme “O Gato de Nove Caudas” (“Il gatto a nove code”, 1971, 112 min.)
Com James Franciscus, Karl Malden e Catherine Spaak.
Debate – Além da exibição dos filmes, o curador Antonio Cava destaca também que no dia 21 deste mês, no sábado, após a sessão do filme “Prelúdio para Matar”, às 15h30, haverá debate (marcado para as 17h30) sobre o longa metragem.
“Vamos debater esta impressionante obra de Argento (Dario) junto com o crítico de cinema Marden Machado, o diretor de cinema Paulo Biscaia Filho e o curador Fernando Brito da série “Giallo” e “Obras primas do Terror” da DVD Versátil. Será um momento muito especial para discutir um grande filme, conversar com o público e procurar entender mais sobre este grande cineasta italiano”, frisou Antonio Cava.
SERVIÇOS
Curadoria: Antonio Cava
Realização: Consulado Geral da Itália Curitiba.
Apoio: Prefeitura de Curitiba, Fundação Cultural de Curitiba e DVD Versátil.
Cinemateca de Curitiba – Dia 17 de outubro às 18: 30 h – Coquetel de abertura da mostra e da exposição “L’ Oro di Argento”.
Rua Presidente Carlos Cavalcanti 1174. Telefone: (41) 3321-3311
Entrada Franca.
Programação:
Terça, 17 de outubro
15 h – “O Gato de Nove Caudas” (“Il gatto a nove code”, 1971, 112 min.)
Com James Franciscus, Karl Malden e Catherine Spaak.
Um repórter e um jornalista cego aposentado tentam resolver uma série de assassinatos e acabam se tornando alvos do assassino.
Faixa etária: 16 anos.
17 h – “O Pássaro das Plumas de Cristal” (“L’uccello dalle piume di cristallo”, 1970, 97 min.)
Com Tony Musante, Suzy Kendall e Enrico Maria Salerno.
Um escritor americano que mora em Roma assiste ao assassinato de uma mulher. Como a polícia não resolve o caso, ele decide investigar.
Faixa etária: 16 anos.
18: 30 h Coquetel de abertura da mostra e da exposição “L’ Oro di Argento”.
19:30 h – “Quatro Moscas Sobre Veludo Cinza” (“Quattro Mosche di Velluto Grigio”, 1971, 104 min.)
Com Michael Brandon, Mimsy Farmer e Jean-Pierre Marielle.
Um músico é perseguido por um assassino misterioso que o chantageia pela morte acidental de uma pessoa.
Faixa etária: 16 anos.
Quarta, 18 de outubro
15 h – “A mansão do inferno” (Inferno, 1980, 106 min.)
De Dario Argento. Com Leigh McCloskey, Irene Miracle e Eleonora Giorgi.
Rose é uma jovem poetisa que mora numa estranha casa em Nova York. Um dia, ela compra um livro chamado “As Três Mães” e se convence que sua casa foi lar de uma das bruxas da obra. Segunda parte da “Trilogia das Mães”, iniciada por “Suspiria”.
Faixa etária: 18 anos.
17 h – “Suspiria” (Suspiria, 1977, 99 min.) Com Jessica Harper, Stefania Casini, Flavio Bucci.
Suzy é uma jovem norte-americana que viaja para Friburgo para estudar numa conceituada academia de dança. Porém, uma série de assassinatos levam Suzy a descobrir a verdade sobre a academia.
Faixa etária: 16 anos.
Quinta, 19 de outubro
15 h – “Tenebre” (“Tenebrae”, 1982, 106 min.)
De Dario Argento. Com Anthony Franciosa, Christian Borromeo, Mirella D’Angelo.
Escritor chega à Roma para promover seu livro, mas descobre que alguém está usando seus romances como inspiração para cometer assassinatos.
Faixa etária: 18 anos.
17 h – “Phenomena” (Phenomena, 1985, 116min.) Com Jennifer Connelly, Donald Pleasence, Daria Nicolodi.
Uma adolescente americana vai estudar em colégio interno para garotas, na Alemanha. Enquanto ela explora sua capacidade especial de se comunicar com insetos, um assassino aterroriza o local com seus crimes brutais.
Faixa Etária: 16 anos
Sexta, 20 de outubro
15 h – “Síndrome mortal” (La sindrome di Stendhal, 1996, 119 min.) Com Asia Argento, Thomas Kretschmann, Marco Leonardi.
A detetive Anna Manni, encarregada de prender um serial killer, sofre de Síndrome de Stendhal, doença que faz com que a pessoa sinta vertigens ao ver imagens de grande beleza, como famosos quadros da História da Arte.
Faixa etária: 18 anos.
17 h – “Terror na Ópera” (“Opera”, 1987, 107 min.)
Com Cristina Marsillach, Ian Charleson e Urbano Barberini.
Uma jovem soprano é perseguida por um assassino doentio durante a montagem da ópera “Macbeth” em Milão.
Faixa etária: 16 anos.
Sábado, 21 de outubro
15:30 h – “Prelúdio para Matar” (Profondo Rosso, 1975, 127 min./105 min.) Com David Hemmings, Daria Nicolodi, Gabriele Lavia, Clara Calamai.
O músico inglês Marcus Daly testemunha o brutal assassinato de uma famosa médium, mas não consegue identificar o criminoso. Obra máxima de Argento e o maior giallo de todos os tempos. Faixa etária: 16 anos.
Após a sessão, às 17: 30 h, debate com o organizador Antonio Cava, o crítico de cinema Marden Machado, o diretor de cinema Paulo Biscaia Filho e o curador Fernando Brito da série “Giallo” e “Obras primas do Terror” da DVD Versátil.
MOSTRA E EXPOSIÇÃO
L’ Oro di Argento” – Retrospectiva de filmes do diretor italiano Dario Argento.
Cinemateca de Curitiba – De 17 a 21 de outubro 2017.
Dario Argento
Nascido em Roma em 1940 (hoje com 77 anos). É diretor, produtor e roteirista conhecido por trabalhos que influenciaram o cinema de terror moderno. Filho do famoso produtor italiano Salvatore Argento e da fotógrafa brasileira Elda Luxardo, Dario tem entre suas maiores influências os contos de Edgar Alan Poe e os livros mistério e suspense chamados de “Giallo” na Itália. Vale registrar sua colaboração como roteirista no clássico “Era uma Vez no Oeste” do Sérgio Leone. Dario Argento é chamado de “Hitchcock italiano”. Seus filmes são perturbadores e de grande beleza visual. Sua versatilidade em dialogar com a morte e o sobrenatural extasia o expectador, que fica diante de uma experiência sensorial inesquecível. Seu primeiro filme como diretor foi “O pássaro das plumas de cristal” (1970), um mergulho a uma tensão psicológica até então desconhecida no cinema com planos-sequência de uma ousadia mirabolante e tramas notavelmente costuradas. “O gato de nove caudas” e “Quatro moscas no veludo cinza”(1971) completam a trilogia dos animais e confirmam sua excelência. Argento consolidou sua carreira priorizando elementos visuais com uma fotografia revolucionária de beleza que transcende o real, uma explosão de cores, sons e assassinatos performáticos que remetem à um maestro regendo uma orquestra. Tamanha sensibilidade artística também se reflete na identidade sonora inconfundível. A longeva parceria com o músico Claudio Simonetti e a banda Goblin resultou em trilhas sonoras icônicas, como o obscuro tema de “Preludio para matar” (Profondo Rosso -1975), o sintetizador marcante do som de Tenebre (1982) e a incisiva ópera rock presente em Phenomena (1985). A união entre as músicas e as imagens de ambos torna-se uma das mais eficientes no cinema. Sua maestria em orquestrar o medo dentro dos filmes e sua inventividade visual está imortalizada na mente de fãs e admiradores do mundo todo. Dario Argento faz parte da história da sétima arte como um dos cineastas mais inspiradores de todos os tempos. A complexidade arquitetônica da mente de Argento criou um legado artístico único.
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