Uma boa notícia para a região metropolitana de Curitiba. As cidades metropolitanas, as de Curitiba como exemplos, foram beneficiadas pela migração das indústrias e aos poucos alcançam desenvolvimento econômico compatível com o das principais cidades ou capitais. Isso está fazendo com que os municípios que integram grandes centros deixem de ser cidades-dormitório ou bolsões de pobreza. Os dados estão no estudo do Conselho Federal de Economia Em alguns casos, os municípios periféricos ultrapassaram os núcleos principais no PIB das regiões metropolitanas. No caso de Curitiba, as cidades metropolitanas já atinge 43,5% do PIB da região. As informações são da Agência Brasil.
Gradualmente, as cidades principais se especializam na economia de serviços, enquanto os municípios vizinhos adotam perfil industrial. Responsáveis por 40% da população e 50% do PIB nacional, as 15 maiores regiões metropolitanas do país têm um nível de desenvolvimento econômico maior que o do restante do país. O PIB per capita dessas regiões é 30% superior à média nacional. “A indústria é o fator decisivo. Onde existe atividade industrial há mais desenvolvimento. A diferença é que esse processo está chegando às periferias”, explica o vice-presidente do Cofecon, Júlio Miragaya, autor do estudo.
Em cinco localidades, revelou o levantamento, os municípios de periferia concentram mais de 50% do PIB da região metropolitana, superando as cidades principais: Campinas (61,2%), Porto Alegre (59,5%), Belo Horizonte (57,0%), Recife (52,7%) e Vitória (52,7%). Em Salvador (45,3%) e Curitiba (43,5%), a participação das periferias metropolitanas aproxima-se de 50%. Em Santos (37,2%), Belém (36,3%), São Paulo (35,4%), Goiânia (34,2%) e no Rio de Janeiro (32%), as periferias respondem por cerca de um terço da economia das regiões metropolitanas. Em Fortaleza (27,2%), a proporção aproxima-se de um quarto. As exceções são Manaus e o Distrito Federal (DF). Sem indústrias nas cidades periféricas, a participação da periferia na economia local cai para 6,2% na capital amazonense e 5,5% na capital federal.
As duas cidades, no entanto, têm peculiaridades. Em Manaus, a industrialização restringe-se ao pólo da Zona Franca, não atingindo as cidades vizinhas. Além disso, a capital do Amazonas não tem uma região metropolitana. “Não existe a conurbação – fusão de cidades vizinhas – em Manaus, mas cidades isoladas, separadas pela Floresta Amazônica e pelos rios da região. A região metropolitana no estado foi apenas uma criação das autoridades”, explica Miragaya.
Na capital federal, o estudo considerou como periferia 12 municípios de Goiás que integram o entorno do Distrito Federal. Toda a capital foi considerada como núcleo da região metropolitana. “Dentro do próprio DF, existe Brasília e as cidades periféricas, mas as estatísticas oficiais só fornecem o PIB dos municípios”, justificou Miragaya. Oficialmente, o DF é um estado e município ao mesmo tempo, acrescentou.
Em relação ao PIB per capita, quando se divide o PIB pela população de uma região, o estudo revelou o equilíbrio entre a periferia e o núcleo das regiões metropolitanas. Em oito regiões – São Paulo, Recife, Porto Alegre, Fortaleza, Belém, Goiânia, Curitiba e Campinas –, o PIB per capita da periferia ficou entre 70% e 95% do registrado nas cidades principais.
Em Salvador (229,2%) e Belo Horizonte (119,4%), o PIB per capita das cidades periféricas foi maior que o dos núcleos por causa do Pólo Petroquímico de Camaçari, na Bahia, e de municípios fortemente industrializados ao redor da capital
mineira, como Betim, Contagem e Nova Lima. Mesmo assim, o autor do estudo ressalta a limitação do PIB por habitante para medir a qualidade de vida.
Pobreza
“PIB per capita não indica qualidade de vida. Na Bahia, existe uma indústria intensiva em capital em municípios com população pequena em relação a Salvador. A produção é alta, mas isso não indica necessariamente que o dinheiro é revertido para as populações locais. Na região metropolitana de Belo Horizonte, há sim um equilíbrio na qualidade de vida da capital e da periferia”, explica Miragaya.
As regiões que apresentaram as maiores defasagens de desenvolvimento econômico entre a cidade principal e a periferia foram o Rio de Janeiro, onde o PIB per capita da periferia equivale a 52,9% ao da capital fluminense, Manaus (39,8%), Vitória (24,7%), Santos (19,1%) e Brasília (13,7%). No caso da capital federal, o resultado mais uma vez foi influenciado pelos municípios goianos ao redor do DF.
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