A definição de uma tarifa justa para o pedágio nas rodovias paranaenses, o modelo ideal de cobrança, as obras necessárias para cada região e novos trechos que poderiam ser objeto de concessão. Essas as questões discutidas durante a reunião pública realizada nesta sexta-feira (10) em Curitiba. A audiência fez parte da série de encontros para discutir com a população um novo modelo de concessão rodoviária. Já foram realizados encontros em Cascavel, Londrina, Ponta Grossa e Maringá.
“Buscar um novo modelo de pedágio demonstra maturidade importante do Paraná. Estamos debatendo com a sociedade, com muita transparência, um modelo que contemple tarifa mais justa e mais obras”, disse a governadora Cida Borghetti, que participou da reunião junto com dirigentes e profissionais do IEP, representantes de entidades do setor produtivo e de outros segmentos.
O Estado pediu ao governo federal a renovação da delegação das rodovias e já comunicou as concessionárias que não será renovado o contrato após 2021. “Estamos definindo de que forma queremos o pedágio, quanto queremos pagar e quais as obras necessárias. O paranaense não aguenta mais pagar esse valor tão alto e pesado. O novo contrato deve constar, no mínimo, 50% a menos do que é cobrado hoje no Paraná”, afirmou Cida.
O diretor-geral do DER-PR, Paulo Tadeu Dziedricki, explicou que o Estado criou três grupos de trabalho: um para tratar da delegação das rodovias; outro do encerramento das atuais concessões e o terceiro, que trata da formulação do novo modelo, é o que envolve as audiências públicas. “Há muita coisa a ser discutida e o governo debate passo a passo cada um desses assuntos”, afirmou o secretário da Infraestrutura e Logística, Abelardo Lupion. Segundo ele, no DER-PR há mais de 50 técnicos envolvidos nos estudos, além de profissionais da Agência Reguladora do Paraná (Agepar), da Secretaria do Planejamento e da Procuradoria-Geral do Estado.
Na audiência em Curitiba, a governadora Cida Borghetti solicitou que a Associação dos Municípios do Paraná (AMP) indique representante para participar dos grupos criados dentro do Governo do Estado.
COMPETITIVIDADE – O presidente do Instituto de Engenharia do Paraná, José Rodolfo de Lacerda, comentou que o pedágio praticado no Paraná é caro e precisa de reformulação. “O pedágio garante mais segurança para o usuário da rodovia, mas a tarifa precisa ser revista. O valor tem de ser coerente principalmente para garantir a competitividade dos nossos produtos”, disse ele.
“O tema tem de ser tratado com clareza e eficiência e os grupos técnicos que temos no governo e nas entidades do setor produtivo têm arcabouço para colaborar muito para que se tenha concessão justa, segura, condizente com a necessidade do estado”, afirmou. Segundo Lacerda, o IEB, por meio de sua câmara técnica de infraestrutura e transporte, produziu documento sobre a questão, que será encaminhado ao governo.
Para João Arthur Mohr, da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), é fundamental que a reestruturação comece a ser pensada três anos antes do fim do prazo dos atuais contratos. “É necessário realizar um novo estudo de engenharia, ouvir a população e definir a modelagem, envolvendo todos os segmentos”, afirmou.
POSITIVO – Para o diretor-presidente da Agência Reguladora do Paraná (Agepar), Omar Akel, as audiências públicas estão mostrando consenso de que o pedágio é positivo para garantir ao estado uma infraestrutura rodoviária com qualidade e segurança. “O que se discute é o prazo de concessão, o tipo de concessão, a forma de cobrança do pedágio”, explicou. O objetivo é ter um modelo mais moderno, que use mais tecnologia, novas formas de cobrança e de controle”, disse ele.
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