A bronca é dos cicloativistas mostrada hoje no blog Ir e Vir de Bike. “A cidade que se converte em Capital Mundial da Bicicleta, entretanto, está longe de servir de modelo de mobilidade urbana sustentável.Para brindar os que pedalam, a prefeitura de Curitiba investiu em duas frentes de trabalho: a maquiagem e a publicidade institucional. Na primeira frente, às vésperas do evento, mandou pintar de vermelho alguns dos cruzamentos do ramal cicloviário”, diz Alexandre Costa Nascimento em referência ao 3.º Fórum Mundial da Bicicleta. Curitoba será sede do evento que começa nesta quinta-feira, 13.
“Na abertura oficial do evento, na quinta-feira (13), estará sentado à mesa cerimonial o prefeito Gustavo Fruet (PDT) que, muito provavelmente, chegará ao Teatro da Reitoria pedalando, tal como fez na cerimônia de sua posse no Palácio 29 de Março em 1.º de janeiro de 2013”.
Há quase dois anos, a Associação de Ciclistas do Alto Iguaçu (CicloIguaçu) apresentou ao poder público um relatório detalhado com as melhorias necessárias naquele mesmo trecho. Dos oito pontos listados no documento, apenas dois foram atendidos. O resto é apenas maquiagem para ciclista ver, provando que se gasta muita tinta em projetos, mas pouca coisa sai efetivamente do papel. E quando sai, a maquiagem é incapaz de resolver problemas simples, como as guias elevadas no trajeto das ciclovias – algo que exige mais boa vontade do que cimento ou recursos.
Na frete da publicidade, a prefeitura usou seus canais oficiais de comunicação para dizer que está “acelerando projetos de ciclomobilidade”. A notícia fala de projetos já foram anunciados em meados do ano passado e alguns já estão com o cronograma estourado. Mesmo assim, tudo é vendido como coisa nova. No jornalismo, chamamos essa prática de “requentar a pauta”.
Para que os leigos entendam do que se trata, é dar à informação o mesmo tratamento que é dado àquele resto de comida fria e azeda da geladeira, que é colocada no microondas e servida à mesa como se fosse algo fresco e apetitoso. Já no mundo político, o engodo é chamado eufemisticamente de “estratégia de comunicação institucional”. Para ambos os casos, haja estômago.
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