O Paraná tem seis novos frigoríficos de carne entre os 38 habilitados pela China, disse nesta terça-feira, 12, o deputado federal Zeca Dirceu (PT) que acompanhou o processo de autorização das plantas junto ao governo chinês e ao Ministério da Agricultura e Agropecuária. “É a maior habilitação da história na relação comercial da China-Brasil. Foram quatro anos sem qualquer planta habilitada agora, depois da negociação conduzida pessoal pelo presidente Lula, são 46 frigoríficos habilitados, oito no ano passado e agora mais 38”, reitera.
Do Paraná foram habilitados a Avenorte Avícola Cianorte; Plusval Agroavícola Ltda, de Umuarama; Cotriguaçu Cooperativa Central, de Cascavel; Seara Alimentos, de Santo Inácio; Dip Frangos, de Capanema; e Jaguafrangos Indústria e Comércio de Alimentos, de Jaguapitã . “O Brasil abriu muitos mercados internacionais. O presidente Lula viajou o mundo, e eu acompanhei por exemplo as viagens da China. Vários frigoríficos estão sendo habilitados. Isso significa mais emprego num momento único para a venda da proteína brasileira”, disse o deputado.
Antes do anúncio chinês desta terça-feira, duas plantas paranaenses foram autorizadas a vender ao país asiático: Frigorífico Astra, de Cruzeiro do Oeste; e Gonçalves & Tortola, de Maringá. “Com essas novas habilitações, a expectativa é de um incremento de R$ 10 bilhões na balança comercial brasileira”, avalia o deputado.
Novas plantas
Dos 38 frigoríficos habilitados, 26 plantas são produtoras de carne bovina – uma de termoprocessada e nove de carne de aves. Também foram habilitados quatro entrepostos: um de carne bovina, dois de frango e um de suínos. Em dezembro de 2023, auditores chineses visitaram 18 frigoríficos brasileiros para inspeção – três unidades já estavam habilitadas. Já em janeiro, outras 29 plantas foram auditadas por videoconferência. Das 44 empresas inspecionadas, 38 receberam autorização para exportar. As demais não foram avalizadas por falta de alguns documentos.
Em 2024, Brasil e China celebram 50 anos de relações diplomáticas. O mercado chinês é o principal destino das exportações brasileiras de carne bovina, suína e de frango. Antes dessas autorizações, o Brasil tinha 106 plantas habilitadas para a China: 47 de aves, 41 de bovinos, 17 de suínos e 1 de asininos.
Agora, são mais 24 plantas produtoras de carne bovina, nove de carne de aves e um estabelecimento de carne bovina termoprocessada. Também foram habilitados quatro entrepostos, sendo um de carne bovina, dois de frango e um de suínos. São 144 unidades no total.
Sem dumping
Zeca Dirceu destacou ainda que em fevereiro, o governo chinês extinguiu a tarifa antidumping sobre o frango brasileiro, o que potencializa ainda mais a venda da proteína produzida pelos frigoríficos paranaenses. “O Paraná exportou 2,1 milhões de frangos em 2023 e esse volume vai crescer mais ainda com a extinção dessa taxa e com a habilitação dos novos frigoríficos paranaenses”, disse.
Mesmo com a taxa chinesa e as novas autorizações, as vendas de carnes de aves ao país asiático vinham crescendo. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, em 2023, o Brasil exportou US$ 1,61 bilhão em carnes de aves para a China. Isso representa crescimento de 19,7% em relação a 2022. O Paraná lidera a produção de frango no Brasil, com exportações que alcançaram US$ 3,6 bilhões nessa cadeia em 2023.
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