Chávez é reeleito com 61% dos votos; oposição se reunifica
Com 78,31% das urnas apuradas, o atual presidente obteve 61,35% dos votos, contra 38,39% do opositor Manuel Rosales. De acordo com a Comissão Nacional de Totalização, Chávez somava 5.936.141 e Rosales, 3.715.292 votos.
Da Redação – Carta Maior – www.agenciacartamaior.com.br
Caracas – O primeiro boletim parcial com a apuração dos votos na Venezuela, divulgado nesta segunda-feira (4), já garante a reeleição do presidente Hugo Chávez para mais seis anos de mandato. Com 78,31% das urnas apuradas, o atual presidente venezuelano obteve 61,35% dos votos, contra 38,39% do opositor Manuel Rosales. De acordo com a Comissão Nacional de Totalização, Chávez somava 5.936.141 e Rosales, 3.715.292 votos.
Com a vitória, Chávez fortalece o eixo progressista na América do Sul, que acabara de ganhar o reforço de Rafael Correa, vencedor das eleições no Equador. Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Argentina, Nestor Kirchner, haviam sinalizado apoio à reeleição de Chávez.
"O reino do socialismo é o reino do futuro venezuelano", exclamou Chávez, ao falar da janela do palácio presidencial Miraflores diante de milhares de simpatizantes que se reuniram sob uma chuva intensa. Ele prestou homenagens a Jesus Cristo e a Simon Bolívar. "O socialismo é solidariedade, que ninguém tenha medo, é um socialismo indígena, cristão e bolivariano", completou.
Apesar da derrota eleitoral, a oposição venezuelana obteve uma vitória política: conseguiu se reunificar em torno de Rosales, após anos de disputas internas e fragmentação. O próximo passo deverá ser a volta à disputa das eleições parlamentares, as quais havia abandonado.
Na hora do voto
Ainda no domingo (3), quando foi votar, o presidente venezuelano disse que é necessário aceitar com “democracia” e “maturidade política” os resultados eleitorais apontados pelas urnas. Sua vitória tranqüila já era apontada pelas últimas sondagens de opinião.
As autoridades eleitorais avaliaram que o pleito ocorreu com tranqüilidade e o comparecimento foi grande, talvez chegando aos 70%. Estavam habilitados a votar quase 16 milhões de venezuelanos.
Ao falar com a imprensa, Chávez evitou temas mais polêmicos e disse que aprovava que o subsecretário de Estado dos Estados Unidos, Thomas Shannon, tenha se reunido com o presidente eleito da Nicarágua, Daniel Ortega. “Todos os países do mundo merecem respeito, inclusive os Estados Unidos”, chegou a dizer ele, um grande crítico de Washington.
O presidente venezuelano também rejeitou as denúncias do candidato da oposição Manuel Rosales sobre irregularidades nas mesas de votação. Rosales votou no Estado de Zulia, leste do país, e considerou “estranho” que houvesse problemas nas mesas em que sua candidatura é favorita. Ele votou as 10h20 locais e depois declarou que “há alguns problemas em algumas máquinas, pois quando (os eleitores) votam em mim o papel (que comprova o voto eletrônico) é emitido em branco”.
“Não vamos aceitar o processo eleitoral dessa forma”, disse o oposicionista, acrescentando que conta com uma equipe de vigilância por todo o país. O candidato disse que houve demora no inicio da votação em mesas onde habitualmente a oposição é favorita, especialmente nos Estados de Zulia e Trujillo. Assegurou que “não quero pensar que isso seja uma manipulação" e acrescentou que "desejamos que isso termine bem”.
O secretário-geral do Copei, Luis Ignacio Planas, partido que integra a aliança de oposição, também criticou dificuldades encontradas em alguns locais de votação, mas afirmou que eles "estão sendo resolvidos e os problemas estão sendo superados".
As informações são da Agência Ansa e do jornal El Universal.
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