Danielly Tonin
Folha de S. Paulo
Há um ano e meio em liberdade, o italiano Cesare Battisti agora busca familiares no Brasil. Apareceu de surpresa numa festa dos Battisti no oeste do Paraná.
Em Toledo, a 543 km de Curitiba, perto da fronteira com o Paraguai, chegou pela manhã no dia 13, conversou com os Battisti da região, almoçou, autografou e vendeu livros na 11ª edição do Encontro Anual da Família Battisti.
Preso no país em 2007, Battisti está em liberdade desde meados de 2011, quando o Brasil decidiu não extraditá-lo para a Itália, onde foi condenado por homicídios cometidos na década de 1970 por uma organização comunista em que militava.
No encontro, que atrai gente com o nome Battisti até de outros Estados, o italiano só se dirigiu aos presentes quando chamado e não discursou.
Apesar da visita surpresa, houve tempo para os organizadores erguerem uma barraca, usada por Battisti para vender e autografar livros.
O mais vendido foi “Os Cenários Ocultos do Caso Battisti”, do jornalista Carlos Lungarzo. “Houve uma fila constante para comprar o livro sobre a versão dele dos fatos”, afirmou Irineu Battisti, morador da região.
Para os Battisti, a presença do italiano não causou embaraço. “É um ser humano como qualquer outro, que merece atenção. A discriminação também é um pecado”, disse dom Anuar Battisti, arcebispo de Maringá (PR).
O religioso é filho de Aniceto Battisti, 92, pioneiro da família no oeste do Paraná e ex-combatente brasileiro na Segunda Guerra, que vive hoje na vizinha Tupãssi.
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