As centrais sindicais esperam se reunir nesta quarta-feira 18 com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, para debater o valor do salário mínimo deste ano. A previsão é de que o encontro ocorra às 10 da manhã, no Palácio do Planalto, em Brasília.
Há uma proposta de criar uma Mesa Nacional para discutir três pautas: o valor do salário mínimo, a regulação do trabalho em empresas de aplicativos e a valorização da negociação coletiva. Cerca de 500 sindicalistas devem participar do evento.
Existe uma discordância entre os entendimentos das centrais e do governo sobre qual deve ser o valor do salário mínimo. Os sindicalistas querem o pagamento de 1.342 reais para o ano que vem, enquanto o Executivo trabalha com 1.320 reais, segundo o que foi apresentado durante os trabalhos da equipe de transição.
A última nota conjunta das centrais sindicais sobre o tema, de 25 de novembro do ano passado, diz considerar o valor de 1.342 reais como compatível com a soma da inflação de 2022, que fechou em 5,79%, ao Produto Interno Bruto de 2021, que teve crescimento 5%.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no entanto, tem relatado dificuldades até mesmo para decretar o aumento menor. Durante a posse da nova presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, Lula disse que “a gente não pode dar aumento de salário mínimo de 3% porque é gasto”, em tom crítico ao mercado.
Um dirigente de uma das centrais sindicais afirmou à reportagem que o ministro Luiz Marinho tem se mostrado “aberto à negociação” sobre a divergência entre os valores.
No entanto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não garante nem mesmo que haverá aumento para 1.320 reais. Segundo ele, houve um aumento expressivo no número de beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social, o INSS, e os pagamentos estão atrelados ao valor do salário mínimo.
Fonte : Carta Capital
Foto: Marcelo Casal Jr./Agência Brasil