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CEMITÉRIO DE ELEFANTES, DE DALTON TREVISAN

CEMITÉRIO DE ELEFANTES, DE DALTON TREVISAN

A twitteira e blogueira Meg Eugênia (http://twitter.com/blogmegshow) leu o poema de Paulo Leminski publicado no Blog do Noblat e reproduzido no Boca Maldita (ver nota abaixo) e lembrou de outro poeta curitibano – Dalton Trevisan. O blog foi pesquisar e descobriu que o blogueiro João Arruda (www.joaoarruda.com.br) também viu o poema de Leminsk e lembrou de Trevisan.

"Os personagens são comparados a elefantes, o que dá um ar grotesco às suas formas e maneiras. “Elefantes Malferidos, coçam as perebas sem nenhuma queixa…”" Confiram a seguir a íntegra da obra-prima do "Vampiro de Curitiba" – "Cemitério de Elefantes" – copiada do João Arruda:

Cemitério de Elefantes – Dalton Trevisan

Narrativa em terceira pessoa. Nos fala sobre um grupo de bêbados de Curitiba, que vivem à Meca do que a cidade os oferece. “Curitiba os considera animais sagrados, provê as suas necessidades de cachaça e pirão.”
Eles vivem à margem do rio Belém, nos fundos de um mercado de peixes onde existe um velho ingazeiro. Aí onde vivem, os bêbados são felizes. Se contentam com as sobras, mas quando aperta a fome vão até o mangue para assar caranguejo e também se fartar dos frutos ingazeiro.

Os personagens são comparados a elefantes, o que dá um ar grotesco às suas formas e maneiras. “Elefantes Malferidos, coçam as perebas sem nenhuma queixa…”

Pedro, João, o Cai N’água, Jonas, Chico Papa-Isca; todos bêbados moribundos a procura de simplesmente sobreviver aos restos do mangue; cada qual com seu lugarzinho reservado. São todos uns dorminhocos e quando acordam ninguém se pergunta onde é que foi o amigo que está ausente. “E se indagassem para levar-lhe Margaridas do banhado, quem saberia responder?”

Vivem entregues ao curso das horas e às, intempéries do local precário onde se instalam. “…escarrapachados sobre as raízes que servem de cama e cadeira”. “A viração da tarde assanha as varejeiras grudadas nos seus pés disformes.”

Quando cai um fruto de ingazeiro se despertam rolando no pó e o ganhador se farta de olhos plenos de satisfação. As disputas não geram brigas, quando muito discussões à distância. Neste “cemitério” não existe violência.

Assim os bêbados elefantes, vão vivendo, suportando suas doenças, e suas dificuldades. Não existe ninguém em especial, nenhum destaque de algum personagem.

No final a metáfora da narrativa deixa para o leitor a conclusão da saga dos bêbados elefantes.

“Cospe na água o caroço preto do ingá, os outros não a interrogam: presas de marfim que apontam o caminho são as garrafas vazias. Chico perde-se no cemitério sagrado as carcaças de pés grotescos surgindo ao luar.”

Paulo Jérson Trevisan (Curitiba, 14 de junho de 1925) sempre foi enigmático. Antes de chegar ao grande público, quando ainda era estudante de Direito, costumava lançar seus contos em modestíssimos folhetos. Em 1945 estreou com um livro de qualidade incomum, Sonata ao Luar, e, no ano seguinte, publicou Sete Anos de Pastor. Liderou o grupo literário que publicou, entre 1946 e 1948, a revista Joaquim, em homenagem a os Joaquins do Brasil. Cemitério de Elefantes foi publicado em 1964. A obra é uma coletânea de contos, um deles homônimo.

CEMITÉRIO DE ELEFANTES, DE DALTON TREVISAN

A twitteira e blogueira Meg Eugênia (http://twitter.com/blogmegshow) leu o poema de Paulo Leminski publicado no Blog do Noblat e reproduzido no Boca Maldita (ver nota abaixo) e lembrou de outro poeta curitibano – Dalton Trevisan. O blog foi pesquisar e descobriu que o blogueiro João Arruda (www.joaoarruda.com.br) também viu o poema de Leminsk e lembrou de Trevisan.

"Os personagens são comparados a elefantes, o que dá um ar grotesco às suas formas e maneiras. “Elefantes Malferidos, coçam as perebas sem nenhuma queixa…”" Clique AQUI para ler a íntegra da obra-prima do "Vampiro de Curitiba" – "Cemitério de Elefantes" – copiada na íntegra do blog do João Arruda.