O secretário estadual de Infraestrutura, Pepe Richa, desmentiu o que considerou uma “versão fantasiosa” do colunista Celso Nascimento, publicada na “Gazeta do Povo” sobre a reunião ocorrida com representantes do governo federal, em Brasília. A reunião tratou da não inclusão de obras de interesse do Paraná no anúncio do chamado PAC das Concessões, realizado na semana passada.
“Jamais eu diria que o Paraná adotou qualquer posição precipitada, como alega maldosamente o colunista. A justa reação do Paraná visa unicamente defender os interesses do Estado e foi na exata medida do risco que ainda representa a exclusão de obras vitais para o nosso desenvolvimento”, afirmou Pepe Richa. “A versão é fantasiosa e parece querer reescrever os fatos sob uma ótica mais conveniente aos interesses pessoais – e talvez inconfessáveis – do colunista.”
A utilização imprecisa da expressão “precipitação” também ocorreu em reportagem assinada pelo correspondente da “Gazeta” em Brasília, André Gonçalves. Segundo ele, o secretário paranaense teria admitido “durante a reunião que houve uma ‘precipitação’ na reação inicial às propostas”. “Isso não existiu. Alguém deve ter criado uma versão inverídica, com algum interesse particular”, afirma Pepe Richa. “O que eu disse, sim, foi que saí da reunião satisfeito porque foi aberto um canal de diálogo com o Governo Federal e agora, no fórum técnico adequado, temos condições de colocar as nossas propostas para atender ao Paraná.”
Para o secretário, a reação do Estado foi “na medida certa”, pois dela resultou a primeira reunião em que, não só o Estado, mas também as entidades que representam setores importantes da economia puderam se manifestar na defesa dos interesses paranaenses.
Segundo o secretário de Infraestrutura, o diálogo aberto com o governo federal é necessário para que o Paraná não seja prejudicado na reavaliação dos projetos sinalizados pelo PAC das Concessões. O Estado tem especial interesse na garantia de construção de um novo traçado ferroviário entre a Estação Engenheiro Bley, nos Campos Gerais, e o Porto de Paranaguá, e na implantação da Ferroeste entre Cascavel e Maracaju (MS).
No caso do novo traçado até o porto, uma nova reunião para tratar do assunto ficou acertada entre a Secretaria de Infraestrutura e Logística, entidades empresariais paranaenses e o presidente da recém-criada Empresa de Planejamento e Logística, Bernardo Figueiredo.
“O Paraná nunca faltou ao Brasil e está disposto a integrar um novo plano nacional de investimentos em infraestrutura, mas tem reivindicações próprias, que se integram aos projetos nacionais”, afirma o secretário. Além das concessões de trechos ferroviários, o Estado quer também a conclusão de investimentos federais em rodovias federais, como a BR-487 (Estrada Boiadeira), BR-153 (Transbrasiliana), BR-163 e BR-158.
“Não abrimos mão de escoar a nossa produção pelo Porto de Paranaguá”, esclarece José Richa Filho. “Sempre estivemos mobilizados para discutir investimentos e melhorias na nossa infraestrutura, mas às vezes encontramos surpreendentes obstáculos locais, que defendem posições contrárias aos interesses do Paraná”, completou.