A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou nesta terça-feira, 28, a convocação do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, para que ele explique o decreto recém-editado pelo governo para a flexibilização da posse e do porte de arma de fogo. Informações Estadão.
A falta de atuação do governo e de seus líderes na Câmara no caso chamou a atenção do presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR), e de outros integrantes da comissão. O deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) foi o único que tentou minimizar a ofensiva da oposição sobre o ministro no colegiado.
Normalmente, a base aliada dos governos tenta transformar convocações em convites para não expor e constranger os ministros.
“Não falo em nome da liderança do governo. Nem titular da comissão eu sou. Fui pego de surpresa, cumprindo um papel que foi me delegado pelo partido. É bizarro e assustador. Me assusta o amadorismo e a falta de competência do governo em se defender. E, quem é independente e acaba tendo que fazer esse papel, fica nessa situação”, respondeu Kataguiri.
O deputado do DEM propôs um acordo com a oposição para que o requerimento fosse votado na semana que vem. “Não precisa se transformar em convite, podemos manter a convocação, mas vamos votá-la na outra semana”, disse.
O autor do requerimento, deputado Aliel Machado (PSB-PR), argumentou então que a comissão poderia aprovar a convocação ainda nesta terça, com a ampliação do prazo para a presença do ministro. Francischini também tentou dar uma solução, ao propor aos deputados adiar a votação. Ele afirmou que ligaria para o ministro ainda nesta terça e, se não obtivesse resposta, pautaria o pedido novamente nesta quarta.
Diante do impasse, Kataguiri ligou para Onyx durante a reunião. De acordo com ele, o ministro autorizou que sua própria convocação fosse votada nesta terça. Ele terá agora 30 dias para comparecer ao colegiado.
Jair Bolsonaro editou dois decretos neste ano sobre posse e porte, e na semana passada foi obrigado a editar um novo decreto para corrigir alguns trechos, após fortes críticas. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) chegou a dizer que o decreto sobre porte continha “inconstitucionalidades”.
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