O número de notificações de suspeita de dengue cresceu de 6.528, desde agosto do ano passado, para 7.281 notificações. “Estamos ainda no auge do verão e as condições climáticas ainda são muito adversas, o que facilita o desenvolvimento de focos e criadouros do mosquito transmissor”, alerta a médica veterinária Ivana Belmonte, do Centro de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde.
“Apesar de termos sucesso no bloqueio da situação epidêmica de Uraí, no Norte do Paraná, é preciso ter especial atenção com os municípios limítrofes, que também apresentaram casos autóctones de dengue”, explica Ivana Belmonte.
AUTÓCTONES – Os casos autóctones confirmados (contraídos no próprio município) passaram de 135 para 155. As notificações aconteceram em 253 dos 399 municípios do Paraná. Quinze deles são considerados de alto risco, embora apenas Uraí seja considerado em situação de epidemia. Os municípios com maior número de casos suspeitos notificados são Londrina (1.600), Foz do Iguaçu (852) e Paranaguá (445). Já os casos confirmados ocorrem mais nos municípios de Uraí (36), Foz do Iguaçu (28) e Londrina (22).
CLIMA – Com relação ao clima, o Laboratório de Climatologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) alerta que as prefeituras intensifiquem as medidas de controle necessárias, principalmente no Oeste, Noroeste e Norte do Estado. O laboratório alerta que, neste momento, as condições climáticas são favoráveis ao desenvolvimento do mosquito Aedes aegypti. A tendência da curva de proliferação é diminuir apenas com a entrada do outono.
CAPACITAÇÃO – Como parte da política de reforçar a capacitação dos profissionais que trabalham na área, a SESA realizou, na última quinta-feira (25), em Cornélio Procópio, uma capacitação para intensificar os cuidados com a dengue nos municípios da 18ª Regional de Saúde.
Estiveram presentes 97 profissionais entre médicos, enfermeiros, biólogos e profissionais da vigilância sanitária de 21 municípios da região. Eles foram treinados para serem multiplicadores dos cuidados e precauções contra a dengue dentro dos seus municípios e atuar na assistência de atenção e saúde para que estejam preparados a identificar o mais precocemente possível os casos suspeitos.
De acordo com a enfermeira Silmara Aparecida Ferreira de Carvalho, que fez palestra no encontro, a educação em saúde é a principal barreira para acabar com a dengue. A conscientização da população é fundamental para acabar com os criadores do mosquito em águas paradas. “Enquanto não conseguirmos conscientizar as pessoas sobre criadouros em suas propriedades, sempre vai existir a dengue e ocorrer casos da doença.” diz.
CUIDADOS – É absolutamente necessário que as pessoas eliminem todo tipo de criadouros como água parada em vasos de plantas, garrafas, lixo e bebedouros de animais, entre outros, onde as larvas do mosquito se criam. É extremamente importante manter uma rotina de limpeza semanal na residência, para eliminar qualquer tipo de lixo acumulador de focos da dengue.
Os casos mais graves da doença costumam ocorrer em determinados grupos de risco, composto por idosos, gestantes, lactentes menores (29 dias a 6 meses de vida), imuno-suprimidos, pessoas com algum tipo de doença crônica pré-existente, como hipertensão arterial, diabetes mellitus, anemia falciforme, doença renal crônica, entre outras.
No entanto, a orientação é que todos busquem atendimento de saúde logo que apresentem os primeiros sintomas. O diagnóstico precoce e o tratamento em tempo oportuno reduzem significativamente as chances de agravamento do caso.
Os sintomas são febre acompanhada de dor de cabeça, dor articular, dor muscular e dor atrás dos olhos ou mal-estar geral. Esses sinais não podem ser desprezados. O verão, com temperaturas mais altas e o clima chuvoso, propicia o acúmulo de água e o desenvolvimento do mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como a dengue, a zika e a chikungunya. E quem viaja deve redobrar os cuidados para evitar o avanço da doença, tanto no seu imóvel, que ficará desabitado, como na casa eventualmente alugada para a temporada.
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